Autodesenvolvimento

O que Impede seu Sucesso Profissional

16:02

Quando tiver sucesso, todos vão olhar como se você estivesse num palco, completamente nu. Todos verão quem você é, porque o sucesso vai deixa-lo exposto. Se a pessoa não tem medo de se expor, na hora em que o sucesso chegar, ela vai se sentir perfeitamente à vontade. E se o sucesso vier e colocar você nessa posição, o que vai acontecer? É aí que começam as nossas resistências.

Vamos dizer que você estava num cargo que não representava nenhum tipo de ameaça, mas bastou receber uma promoção e virar o centro das atenções na empresa que esse cargo se tornou uma ameaça, já que você não é o tipo que tem muita segurança em si. Quando  você tem medo de alguma coisa as suas forças de defesa, as mesmas que agem para impedi-lo de se machucar, também seguram o seu sucesso. Elas atuam em função de conter o que o ameaça para protegê-lo. Na verdade é você mesmo quem segura o seu sucesso.

Se você está bem, sua carreira também vai bem, pois o bem e o mal estão em todo lugar,  somos nós que nos sintonizamos com eles. Mas é só algo começar a ficar ameaçador que suas defesas, inteligentemente, criam obstáculos ou aproveitam aqueles que estão à sua volta.

Veja esse exemplo: Ele é um ladrão. Sempre foi seu vizinho, morou anos lá e nunca roubou, mas naquele dia foi roubar logo o seu. É porque a sua energia usa o ladrão para roubar o seu carro, para segurá-lo, evitando assim que você possa ir para frente. “Quer dizer que minha própria energia foi lá para pegar o ladrão para me atormentar?” Sim. Para protegê-lo contra o perigo do sucesso, pois para você ele representa uma ameaça.

É importante tomar consciência dos valores resistentes, do que é tão ameaçador para você no progresso. Não ousamos nos conscientizar porque nossa própria mente nos impede de saber, já que teremos que lidar com isso e sem saber vamos causando mais resistências. Então vamos seguindo nos defendendo das “próprias surras”, por temer ver o que nos impede de progredir.

Autodesenvolvimento

Descobertas do meio da vida de uma mulher

18:13

Mulheres que entendem de mulheres. Compartilhando.



Numa cidade distante -Lya Luft

Tem mais de quarenta anos, e pela primeira vez viaja ao exterior, cheia de incertezas.

A vontade mesmo era de ficar no conforto dos objetos familiares e da vida previsível cujos contornos às vezes pareciam se estreitar demais.

Vai num grupo de trabalho, mas no hotel e em algumas atividades está sozinha. Uma tarde vê-se obrigada a atravessar sem companhia a cidade desconhecida: dá os primeiros passos repetindo mentalmente o roteiro, segura a bolsa como se fosse a bússola de sua alma. Ao seu redor fragmentos de frases no idioma estrangeiro que ela entende mais ou menos, os cheiros e cores diferentes.

O sol incide sobre todas as coisas de uma forma nova.

Então é tomada de euforia: está num país remoto, numa cidade desconhecida, consegue andar e orientar-se - e não sente medo. É uma alegria inquietante para ela, que nunca imaginou sentir-se tão bem e contente longe da casa e da família. Antes, isso lhe pareceria uma traição.

Agora, caminhando no chão do imprevisível, começa a dizer em voz alta: "Eu sou uma pessoa! Eu sou uma pessoa!"

E, sentindo-se ridícula, ri de si mesma, lágrimas nos olhos, como se tivesse acabado de nascer. Está só. Está livre, está completa, e, nesse instante, sem nenhuma culpa.

É capaz - sabe disso agora.

Nada a teria impedido de descobrir isso antes, não poderia acusar ninguém de estar querendo podar ou abafar sua personalidade. Eram amarras consentidas que a prendiam, muitas auto-impostas, um confortável papel que aceitara e assumira porque assim esperavam dela.

Mas ali, naquela breve caminhada, libertara em si uma pequena alma transgressora, ainda que de limites tão ínfimos que alguns até achariam graça. Nesse dia compreendeu que amadurecera. Entrou numa joalheria e comprou um anel, um aro muito simples, que nunca mais tirou do dedo: sua aliança consigo mesma e com a sua verdade.

Amadurecer passou a ser retirar as máscaras e ver no espelho o verdadeiro eu - onde se lia uma severa contabilidade de gastos e lucros, saldos nem sempre tranquilizadores, pouca ousadia.

Quanto de amargura, quanto de bom humor tinha sobrado, quanta capacidade e fervor para se renovar antes que a resignação encobrisse tudo?

Percebeu que não importava tanto o que havia lhe acontecido naqueles quarenta anos, mas o que ela estava fazendo como o que eventualmente acontecera. Era uma oportunidade assustadora e maravilhosa: amadurecer não significava estagnar, mas reafirmar - ou reinventar - cada dia aquilo que mesmo inconscientemente ela se propunha como o sentido, o rumo e o tom de sua vida.

Precisara chegar àquela cidade distante para fazer essa descoberta.

Levara quarenta anos para se encontrar como pessoa: talvez levasse mais quarenta para achar que entendera todos os significados disso.

Mas aí precisaria de outros quarenta para enfim ver que nada tem explicação, e que o interessante na vida não são as respostas: são os enigmas.