Quer saber se você é uma pessoa de Sucesso?

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Com a ajuda da internet, as empresas atingem milhões de clientes, e depois se esgotam tentando acompanhar as exigências dos negócios em tempo real. As pessoas chefiam equipes virtuais e dirigem projetos globais, e ficam exaustas de tanto viajar e responder e-mails. Não é surpresa o fato de tantas pessoas se preocuparem com o rumo tomado por suas vidas. Mesmo aqueles que se sentem instigados com o mundo dos negócios sentem que perderam o controle sobre o seu destino. Encaram dilemas com relação ao dinheiro e ao poder, a velocidade e a pressão do trabalho. A história está repleta de casos de pessoas que atingem o sucesso, ultrapassando de longe suas próprias expectativas, e depois desabam. Com o apoio dos escritos de Tom Morris, que aplica o conhecimento dos grandes pensadores como Platão, Sêneca, Sócrates, Aristóteles às empresas americanas, vamos tentar descobrir também uma pergunta: quanto é o bastante?

Ele diz que o maior caso de confusão de identidade na sociedade moderna diz respeito aos quatro marcos de sucesso público: dinheiro, poder, fama, status. Diz não ter nada contra a dinheiro, fama, poder e status, desde que sejam vistos como recursos e não como metas a alcançar. Por isso é difícil para essas pessoas responder a pergunta: Quanto é o bastante? Se a meta é ganhar dinheiro ou fama quando você pode saber se já conseguiu o suficiente? Pois todos sempre querem ir além daquilo que já tem.

A maioria das pessoas só reconhece seus limites quando os ultrapassa, só quando já se excedeu. Aristóteles já dizia que o problema do desejo é que ele se alimenta dele mesmo. Quando você consegue seu primeiro milhão, o impulso natural é querer ganhar 10 milhões. O desejo é um bom criado, mas um péssimo senhor.

Para auxiliar na resposta devemos pensar: Suficiente para quê? Para conservar determinado estilo de vida? Para lhe garantir segurança e a certeza de não se preocupar com o futuro? Esses objetivos tem preços, mas variam de pessoa para pessoa. Sêneca, orador, advogado, filósofo romano aconselhava a todos passar um dia por mês à base de pão e água e dormindo no chão duro. Por quê? Porque só então ela perceberia o quão pouco ela necessita para viver. Mas por seus medos as pessoas são impelidas ao excesso. Sêneca queria que as pessoas distinguissem suas necessidades de seus desejos e essa distinção é crucial para definir o que é “o bastante”.

Segundo Tom há na vida dois tipos de insatisfação: o do possuir e o da aspiração. A insatisfação do possuir gira em torno do desejo de possuir mais, e na cultura que vivemos é difícil estabelecer limites. Essa insatisfação não é saudável, pois é provocada por um vazio que jamais será preenchido.

Já a insatisfação da aspiração é uma insatisfação saudável. Ela não diz respeito ao que você quer adquirir, mas se tornar. Quanta sabedoria é o bastante? Quantas ideias e experiências interessantes são o bastante? Diferente da pergunta: “quanto dinheiro é bastante?”, essas são perguntas que não admitem respostas absolutas. Essa insatisfação empurra você a crescer, a expandir seus horizontes, a ser mais amoroso, a ser mais eficaz nas coisas que faz. A grande chave para a satisfação é algo que quase sempre nos escapa. Não é conseguir o que queremos, e sim querer aquilo que conseguimos.

O sucesso nunca deve ser confundido com riqueza ou poder, mas a excelência e ao sentimento de realização. O sucesso diz respeito a quem você é, e não ao que você possui. As pessoas bem sucedidas descobrem seu dom, desenvolvem e o utilizam também para beneficiar os outros. Cícero, Sócrates e Sófocles teriam muito a criticar na atual literatura sobre sucesso, pois ela sempre trata de como conseguir o que você deseja: uma bela casa, um carro, uma promoção. Fala que você deve decorar o nome de todo mundo que conhecer, apertar sua mão com firmeza e chamar a pessoa pelo nome, sempre com o objetivo de criar uma boa imagem. As pessoas não precisam de ajuda para inventar uma aparência para elas. Elas precisam de ajuda para compreender sua realidade.

Diógenes, outro filósofo da Antiguidade, certa vez quando Alexandre, o Grande foi visita-lo perguntou: Quais eram seus planos para o futuro. Alexandre respondeu: Conquistar e subjugar a Grécia. “E depois disso?” indagou o filósofo. Depois pretendo conquistar e subjugar a Ásia Menor, respondeu Alexandre. “E depois disso?” Conquistar e subjugar o mundo. “E depois disso?” Descansar e se divertir, respondeu Alexandre. Então porque você não poupa esse trabalho todo e começa a descansar e se divertir agora mesmo? Diógenes tentava fazê-lo compreender o porquê ele fazia aquelas buscas.

Vivemos para alcançar o Sucesso, mas na verdade as pessoas que tiram mais prazer do sucesso são as que tiram mais prazer da busca do sucesso. Já não é segredo que o Sucesso se encontra na viagem, não apenas na chegada ao destino. O que ainda era segredo é que você já pode estar sendo um Sucesso hoje e nem sabe.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

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