Deusas e a Mulher

Hera/Juno: Deusa do casamento, do compromisso e esposa

12:16


AS CARACTERÍSTICAS NÃO SÃO NEGATIVAS OU POSITIVAS. TUDO DEPENDE DA PERSONALIDADE,  DA INTENSIDADE,  DO USO DELAS,  DO CONTEXTO. 

1 - Representa o papel tradicional da mulher esposa, protetora da mulher casada.

2 - Deusa orientada para relacionamentos, expressa necessidade de afiliação da mulher.

3 - Reage com o rompimento com raiva e ciúme, briga, vingança.

4 - Sua motivação é o relacionamento mais do que empreendimento, autonomia ou nova experiência.

5 - Tem enfoque de atenção nos outros e não em si mesma.

6 - É atenciosa e receptiva.

7 - É motivada pela recompensa do relacionamento: aprovação, amor, atenção e necessidade de casar.

8 - Tem atitude de aceitação.

9 - Tem prontidão para o relacionamento.

10 - Tem percepção difusa, dentro do seu raio é uma atenção generalizada, percebe as nuanças sensíveis ao tom emocional, uma percepção dos sons do fundo, etc....

11 - Imensa necessidade de fidelidade, é base para seu relacionamento.

12 - Tem o poder de tornar o lar caloroso.

13 - Seu destino normalmente é determinado pelo seu marido.

14 - É imponente e real.

15 - É bela.

16 - Às vezes reage as humilhações, traições, se retirando para ficar só.

17 - É uma mulher honrada.

18 - Tem uma força imensamente poderosa para a alegria na sua personalidade.

19 - Tem um desejo ardente de ser esposa.

20 - Gosta de rituais, como o casamento.

21 - Quando casada, propõe-se a permanecer para o melhor ou para o pior.

22 - Acredita que sexo e amor vêm juntos.

23 - Pode ter permanecido virgem até casar.

24 - O dia do casamento é o dia mais importante de sua vida.

25 - Sofre quando o homem tem falta de envolvimento, também servindo para outro tipo de relação.

26 - É a que menos procura o divórcio, o acha inconcebível.

27 - Reage ativamente às suas perdas, luta, não deprime, fica com raiva.

28 - Não atribui muita importância às amizades e normalmente não tem melhor amiga, prefere programar tudo com o marido.

29 - Se está só vai com amigas á bares encontrar alguém, se acha abandona as amigas.

30 - Faz amizade com esposas dos amigos do marido, mas as abandona se ficam viúvas, separadas, sem pares.

31 - É suscetível a vitimação (humilhação, traição). Hera foi vitimada, humilhada e abusada por Zeus que não levou em conta sua necessidade de fidelidade.

32 - Pode ter sintomas psiquiátricos por amor.

33 - Se levar porta afora sua capacidade de tornar o lar caloroso, isso pode conduzir a intromissões, acharem que ela é um objeto disponível por ser receptiva e afável ao a abordarem, inclusive sexualmente.

34 - A raiva da traição é direcionada para à mulher, não ao marido infiel, porque é emocionalmente dependente do marido, e ao despejar sua vingança as rivais e até a seus filhos se existirem, ela procura se livrar do padrão de esposa humilhada. Foi a maneira encontrada para se sentir poderosa e não apenas rejeitada.

35 - Para ela o trabalho é um aspecto secundário da sua vida.

36 - Se não casou uma mulher Hera pode ter realizações, mas acredita que fracassou, porque sua carreira é seu casamento.

37 - Sente-se incompleta sem um companheiro.

38 - É direcionada para o casamento, mas quer que seja de prestígio, respeito, poder e honra. Necessita também do prestígio que o casamento representa.

39 - Força imensamente poderosa para a dor na sua personalidade.

40 - Tem prazer em fazer do seu marido o centro de sua vida.

41 - Todos já sabem que o melhor é sempre separado para o marido.

42 - Quando jovem quer se unir a um homem de alto status e almeja segurança emocional derivada do relacionamento.

43 - Quando adolescente despreza as coitadinhas desacompanhadas.

44 - Casa-se cedo normalmente.

45 - A faculdade é um lugar para encontrar um companheiro.

46 - A educação em si não é importante, pode só fazer parte de sua formação social.

47 - Coloca no marido a expectativa de que ele a preencherá.

48 - Sente atração por homens de sucesso, competente, é dependente de sua classe social. Não valoriza um artista na miséria, poeta sensível, gênios escolares.

49 - É atraída por homens poderosos e imaturos, e a imaturidade os fará trair.

50 - Depende do marido para despertá-la sexualmente.

51 - Pode fazer sexo submisso e não ser orgásmica no início.

52 - Quando casa nunca mantem seu nome de solteira.

53 - Sua felicidade depende da devoção do marido, mas seus maridos bem sucedidos normalmente casam com o trabalho.

54 - Pode querer manter a aparência para os outros de casal perfeito.

55 - Pode suportar maus tratos para não se separar ou por achar que faz parte de aguentar os maus momentos de uma relação.

56 - Após divórcio continua se sentindo esposa legítima.

57 - Não tem muito instinto materno, exceto se há a deusa Deméter também presente.

58 - Não apreciará fazer as coisas com as crianças, exceto se outra deusa, como Atenas ou Àrtemis esteja presente.

59 - Seus filhos podem sentir falta de intimidade e sentir abandono emocional.

60 - Preserva o marido aos filhos.

61 - Na meia idade é feliz, se casada. Se solteira, divorciada ou viúva é infeliz.

62 - Sem marido sente-se insignificante.

63 - Hera pode ser na mulher uma força obsessiva.

64 - Ela prefere as mulheres com pares para se agregar e repele as sozinhas, principalmente as Afrodites.

65 - Há as que possam se vingar nos filhos, tornando quando separada a visita do pai às crianças, insuportável, mas não fazer nada ao homem diretamente.

66 - Uma vez casada ela será dependente do caráter do homem e de sua capacidade de amá-la. Se ela será raivosa, desiludida ou realizada ele quem decidirá.

67 - Hera insegura é altamente suscetível ao ciúme.

68 - Simpática, audaciosa, decidida e extrovertida, dificilmente alguém fica indiferente a Hera.

69 - A mulher com essa deusa ativa é forte, decidida e calorosa, embora Hera seja emocionalmente fria e racional.

70 - Esperta, ela não deixa alçar voo enquanto não lhe prometem casamento.

71 - Mãe rígida, ela espera sempre que os filhos sigam as expectativas e investimentos feitos pelos pais.

72 - Eficiente na administração do lar.

73 - Quando se apaixona por alguém que não tem poder, o que raramente acontece, ela faz de tudo para que ele progrida na vida.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Estudos Junguianos

A Sombra

11:15

A Sombra: O Self Rejeitado

Com um ou dois anos de idade temos o que se pode visualizar como uma personalidade de 360°. A energia irradia de todas as partes de nosso corpo e de todas as partes da nossa psique. Uma criança correndo é um globo vivo de energia. Tínhamos uma bola de energia, tínhamos sim. Mas um dia percebemos que nossos pais não gostavam de determinadas partes dessa bola. Diziam coisas como: "Não consegue ficar quietinha um pouco?" ou "Não é bonito tentar matar seu irmão". Atrás de nós existe um saco invisível, e aquelas nossas partes das quais nossos pais não gostam, nós — para conservar o amor deles — colocamos no saco. Mais ou menos na época em que entramos na escola esse saco já é bem grande. Então é a vez dos professores: "Boas crianças não ficam com raiva por causa de bobagens." Assim, pegamos nossa raiva e pomos no saco. Na ocasião em que meu irmão e eu tínhamos doze anos, e morávamos em Madison, Minnesota, éramos conhecidos como "os ótimos irmãos Bly". Nossos sacos já estavam com mais de um quilômetro cada um.

Depois praticamos muito arremesso no saco na época do colegial. Dessa vez não são mais os adultos malvados que nos pressionam, mas as pessoas da nossa idade. A paranoia do aluno com relação aos adultos pode então ser mal dirigida. Nesse tempo eu mentia automaticamente para tentar ser mais parecido com os jogadores de basquete. Qualquer parte minha que fosse um pouquinho mais lenta ia para o saco.

Hoje são os meus filhos que passam por isso. Vi minhas filhas, que são mais velhas, viverem a mesma coisa. Desanimado, constatei quantas coisas punham no saco mas não havia nada que eu ou a mãe delas pudéssemos fazer. Freqüentemente, minhas filhas pareciam estar decidindo por si assuntos de beleza e moda, escapando às referências coletivas, e sofriam tanto pressões das outras moças como dos homens.

Afirmo, por isso, que tendo começado com um globo inteiro de energia o jovem de 20 anos encontra-se com apenas uma fatia dele. Vamos imaginar que um homem tem uma fatia fininha de sobra — o resto está todo no saco — e que ele encontra uma mulher, vamos supor que os dois estão com 24 anos. A fatia dela é fina, elegante. Unem-se numa cerimônia e essa união das duas fatias chama-se casamento. Mesmo juntos, os dois não fazem uma pessoa inteira! Quando o saco está grande, o casamento implica solidão na lua-de-mel, por essa mesma razão. Claro que todos mentem acerca disso. "Como foi a sua lua-de-mel?" "Maravilhosa! E a sua?"

Cada cultura enche o saco com conteúdos diferentes. Na cultura cristã, a sexualidade em geral vai para dentro do saco e, com ela, uma grande parte da espontaneidade. Por outro lado, Marie-Louise von Franz nos adverte para não termos ilusões românticas a respeito das culturas primitivas, presumindo que não têm sacos de qualquer espécie. Ela diz que, na realidade, elas têm sim, um pouco diferentes e às vezes até maiores. Lá dentro colocam a individualidade, ou a inventividade. O que os antropólogos chamam de "participação mística", ou de "mente comunitária misteriosa", é uma expressão adorável mas pode significar que os membros da tribo sabem todos com exatidão a mesma coisa e que ninguém sabe nada diferente. É possível que os sacos de todos os seres humanos sejam mais ou menos do mesmo tamanho.

Passamos nossa vida até os 20 anos, aproximadamente, decidindo que partes pôr no saco, e o resto de nossos dias será dedicado a tirá-las de novo para fora. Às vezes parece impossível resgatá-las, como se o saco estivesse lacrado. Vamos supor que ele permaneça lacrado: o que acontece? Uma excelente história do século XIX tem uma ideia a respeito disso. Certa noite, Robert Louis Stevenson acordou e contou à esposa um fragmento do sonho que havia acabado de ter. Ela insistiu para que ele o anotasse e ele o fez. Tomou-se depois "Dr. Jekyll e Mr. Hyde". Na nossa cultura idealista, o lado bom da personalidade se torna cada vez melhor. O homem ocidental pode ser um médico liberal, por exemplo, sempre pensando no bem dos outros. Do ponto de vista moral e ético ele é uma pessoa maravilhosa. Mas a substância que está no saco assume uma personalidade própria, que não pode ser ignorada. A história diz que a substância trancada dentro do saco aparece um dia em outra parte da cidade. A substância no saco sente raiva e, quando você a vê, ela tem a forma de um macaco e se movimenta como tal.

A história diz então que quando pomos uma parte nossa dentro do saco ela regride. Ela volta a um estado bárbaro. Vamos supor que um rapaz lacra o seu saco quando está com 20 anos e depois espera mais quinze ou vinte anos para tornar a abri-lo. O que encontrará? É uma pena, mas ali achará a sexualidade, a insubordinação, a impulsividade, a raiva, a liberdade, todas regredidas. Não que sejam apenas de temperamento primitivo, mostram-se também hostis à pessoa que abre o saco. O homem que o desata aos 45 anos ou a mulher que abre seu saco sentem um medo justificado. Ela olha rapidamente e vê a sombra de um macaco deslizando pela parede de um beco. Qualquer pessoa que visse isso sentiria medo.

Patrícia Berry


A Sombra: Agente Provocador

Sempre achei a sombra a mais difícil das experiências psicológicas, embora suponha-se que, por ser a primeira, seja a mais fácil. A sombra não é difícil de se conceber como conceito. A ideia está baseada num modelo de opostos e na noção de Jung de que o funcionamento consciente é unilateral. Aquilo que, no plano teórico, é fácil de se entender, na prática, quando se trata das vivências, fica muito mais difícil. Para mim, parte dessa dificuldade tinha que ver, pensei, com minha geração dos anos 50 e 60, para as quais as identificações conscientes eram incertas já que a própria consciência era incerta. A geração para a qual Jung se dirigia parecia mais sólida, ainda um tanto vitoriaria em suas convicções. Para ela, parecia existir uma clara distinção entre o que o ego abrangia e a sombra desfazia. Havia luz e escuridão. Havia realmente vários Dr. Jekyll e Mr. Hyde.

Na minha geração, estávamos todos "na estrada", com Kerouac, cantando os lamentos com Elvis, Fats Domino, Little Richard. As virtudes da ciência eram louvadas (havia uma corrida espacial, e o LSD era um composto químico). Éramos idealistas (fazíamos passeatas em prol da integração racial e queimávamos as requisições de alistamento militar).

Hoje, toda essa confusa emotividade ("beatnik", científica, idealista) faz da sombra uma entidade complicada. Primeiro, não existe uma sombra mas, sim, muitas (assim como não existe um único ponto de vista consciente mas muitos, todos igualmente sérios, dependendo do estado de ânimo e do momento). As estruturas da percepção consciente se modificam. Aquilo que é relativamente consciente num momento não o é mais no momento seguinte. Da mesma forma como a fonte de luz muda, como a posição ou a situação se modificam (conforme uma luz diferente é lançada sobre as coisas), também a sombra vagueia.

A sombra deve ameaçar a consciência, e nada em geral é de fato ameaçador. Só nos atinge com impiedade o que é específico e inesperado. O específico é íntimo (próximo, pequeno, imediato), e o inesperado é simplesmente o próprio inconsciente. Assim, a sombra surge em momentos específicos e inesperados — quando estou desnudando minha alma e também manipulando para granjear simpatia, ou quando estou sentindo amor e um afeto sincero pelo meu analisando, para depois perceber que a necessidade é minha e que eu também estou amarrando o analisando a mim; ou quando prevejo que um casamento está para acabar, e percebo que minha previsão está desempenhando um certo papel nessa tragédia, armando antecipadamente o esquema de seu desenrolar; ou, no âmbito dos pensamentos, quando estou falando intelectualmente e de repente dou-me conta de estar perdida em minhas próprias abstrações.

Talvez exista um certo prazer masoquista na conscientização mobilizada pela sombra. Deve ser porque gostamos desse sofrimento, senão por que agir assim? Uma parte de nós deve exultar de alegria quando o chão foge debaixo de nossos pés. É possível que esse gozo doloroso da certeza perdida seja um prazer estético, como o deleite que sentimos diante de um bom texto de teatro ou de romance que transtorna, que abala a forma como vemos a vida e que, através da tensão que cria, nos força a adotar uma outra perspectiva.

Então chegamos à tensão. A conscientização advinda pela sombra procede por tensões e, mais uma vez, constatamos que, quanto mais específico for o nosso foco nas nuanças da diferença, maior a tensão. É o cor-de-rosa que colide com o vermelho, porque são muito próximos. O azul não contrasta tanto com o vermelho; ele antes o compensa ou o equilibra, bloqueando a tensão íntima que destaca a forma específica de conscientização desencadeada pela sombra.

Como exemplo dessas tensões, lembro-me de uma mulher com quem trabalho em análise e que tem uma vida noturna selvagemente libidinosa, irracional, "liberada", e uma vida diurna racional, ponderada, responsável. Esses opostos, o vermelho e o azul, permanecem lado a lado, equilibrando-se mutuamente, de uma tal forma que, por seu pouco movimento, dificulta o trabalho psíquico. Embora os lados azul e vermelho da sua personalidade sejam opostos em larga escala, não são sombras eficazes. Não criam tensão, nem dariam um quadro interessante de se pintar. Uma tensão psicologicamente funcional, uma tensão mobilizadora seria entre suas noções sentimentais suavemente róseas acerca do amor e suas noites vermelhas, ardentes e fogosas. Esse rosa e esse vermelho entrariam em tensão.

Essa ênfase estética sobre o particular é como a insistência que Jung faz sobre o individual: o singular contra aquilo que o coletivo impinge.

Edward C. Whitmont

Equilíbrio Emocional

Meditação

15:33


Primeiramente devemos escolher um local silencioso, arejado e limpo. O quarto de dormir é o ideal.

Depois devemos nos acomodar em uma posição confortável, na qual seja possível permanecer por um bom tempo sem se mover.

Pode-se se sentar com as pernas cruzadas ao estilo oriental ou deitar-se com a barriga para cima, as pernas esticadas e os pés unidos.

Após isso deve-se fazer o relaxamento de todo o corpo.


Técnica para relaxamento

Estudos no campo da psicologia revelaram que uma pessoa que pratica regularmente alguma técnica de relaxamento tem uma possibilidade muito grande de evitar doenças causadas pelo stress, de poder lidar melhor com a ansiedade, de ter um melhor relacionamento interpessoal, etc.

Quando praticamos o relaxamento nosso objetivo é “esquecermos” de nosso corpo, isto é, deixá-lo tão relaxado e sem tensões de tal forma que seria como se ele não estivesse ali, como se naquele momento não tivéssemos corpo físico.

Por isso desde já comece a praticar a técnica de relaxamento para ir se acostumando.

Se possível pratique pelo menos uma vez ao dia no horário que achar mais conveniente.

Quanto mais praticar, melhor.

A técnica que aprenderemos para fazer o relaxamento é muito simples e ao mesmo tempo muito eficiente, e a chamamos de “Técnica da luz azul”.

Para praticá-la usaremos nossa concentração e imaginação combinadas, da forma como é descrito abaixo:

Primeiramente devemos nos deitar em uma posição confortável o suficiente para não precisarmos nos mexer mais, escolhendo um lugar silencioso, tranqüilo e bem arejado. O quarto de dormir normalmente é o ideal. 
Agora fechamos os olhos, nos concentramos e vamos imaginar, ou seja, visualizar com a mente, todo nosso corpo que está deitado, da melhor forma que conseguirmos, dos pés à cabeça. 
Depois disso vamos começar a imaginar uma luz azul celeste preenchendo nosso corpo, começando pelos dedos dos pés, preenchendo todo o pé, o tornozelo, as panturrilhas e assim por diante até o topo da cabeça. 
Não imagine apenas essa luz revestindo seu corpo, mas sim imagine que ela preenche seu corpo como se ele fosse oco. 
Faça a etapa anterior sem pressa e imaginando da melhor forma possível todo esse processo, sentindo o relaxamento de cada músculo por onde passa a luz azul. 
Ao final da prática o corpo deverá estar totalmente tomado pela luz azul, assim como também totalmente relaxado. Se achar necessário repita todas as etapas novamente. 

Pode ser que você tenha alguma dificuldade em se concentrar e em manter a imagem na mente.

Isso é reflexo de nossa falta de concentração.

Não se preocupe, pois com a prática isso irá melhorando.

Feito isso, iremos utilizar o método descrito abaixo e passar a praticar a meditação propriamente dita.

Ao praticar a meditação entenda que seu único objetivo deve ser silenciar a mente, parar com sua agitação e com a sucessão de pensamentos que normalmente ocorre.

Quando se consegue alcançar o silêncio absoluto da mente, ou seja, a ausência total de pensamentos, é que experimentamos o Vazio Iluminador, o Êxtase Místico, a Liberdade da Alma.

Quanto mais se pratica a meditação mais a mente vai se aquietando, e mais perto estaremos de alcançar o Vazio Iluminador.

Não se preocupe em saber como deve ser o Vazio Iluminador ou qualquer coisa do tipo.

Concentre-se apenas na técnica de meditação que você estiver fazendo.

Seu objetivo deve ser apenas silenciar a mente, nada mais. O restante virá por acréscimo.

A mente é como um animal selvagem que precisa ser domado para obedecer.

Inclusive isto é simbolizado na passagem bíblica na qual Jesus entra em Jerusalém montado sobre o asno, o burrico.

Se quisermos entrar na Jerusalém celestial, nas dimensões superiores da natureza, devemos montar, domar e controlar o asno, ou seja, a mente.


Os Koans

Um koan é uma frase enigmática que tem como objetivo propor um problema à mente que ela não consegue resolver.

Dessa forma fazemos com que a mente se canse procurando uma resposta que ela não pode encontrar, uma vez que a resposta para um koan está além da mente, em um nível superior.

Conforme a mente vai se cansando ela vai também se aquietando até ficar em completo silêncio.

Esse é o objetivo do koan: silenciar a mente e ao mesmo tempo atrair levemente o sono.

Quando adormecemos, mesmo que por um breve instante, com a mente em silêncio, é que vivemos a experiência mística.

Pode-se escolher um dos seguintes koans para praticar a meditação:

"Quem é aquele que está só no meio de dez mil coisas?"

"Se tudo se reduz à unidade, a que se reduz a unidade?"

Também podemos usar um outro koan, nos concentrando e imaginado a seguinte situação:

Existe um profundo abismo e na beira deste uma grande árvore está plantada. Essa árvore possui um longo galho que cresceu de tal forma que sua ponta se projetou vários metros sobre o abismo.

Agora imaginamos que na ponta deste galho está amarrada uma corda e na outra ponta da corda está você, com as mãos e pés firmemente amarrados de forma que é impossível soltá-los, e apenas se segurando à corda com os dentes.


Então pergunte à mente:

"Como faço para sair vivo desta situação sem nenhuma ajuda?"

O que fazemos é lançar qualquer uma dessas perguntas à mente e ordenar que responda.

Depois de lançar o koan para a mente responder deve-se concentrar esperando a sua resposta, como se estivesse olhando dentro da mente à espera da resposta que ela está obrigada a trazer.

Dessa forma, mantemos a mente “pressionada” a trazer a resposta até ela ir se cansando e ficando em silêncio.

A mente é claro, tenderá a não obedecer, a trazer respostas erradas (pois ela não conhece a resposta para um koan) ou desviar para outros pensamentos.

Por isso deve-se insistir para que ela obedeça e traga a resposta para o koan.

Se a mente insiste em desviar para outros pensamentos seja imperativo com ela dizendo mentalmente: Fora! Não é isso que estou procurando!

Em seguida volta a se concentrar esperando a resposta.

Lembre-se: qualquer resposta trazida pela mente estará errada, pois ela jamais pode conhecer algo que está além dos afetos e da mente.

Cada pessoa deve praticar a meditação (ou qualquer outra prática) respeitando seus limites, ou seja, começar praticando por pouco tempo e, gradativamente, ir aumentando o tempo da prática.

Se forçar a concentração por longo tempo logo de início, pode ser que ocorram dores de cabeça ou mesmo tontura.

É importante que se pratique essas técnicas com continuidade, preferencialmente todos os dias, pois é dessa forma que se obtém resultados.