Equilíbrio Emocional

TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo

16:38


Quem não tem a sua mania? O TOC atinge boa parte da população, entretanto em um nível moderado onde as manias não passam a interferir significativamente na vida das pessoas. Mas, o que é o TOC?

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) consiste na combinação de obsessões (pensamentos recorrentes e insistentes que se caracterizam por serem desagradáveis, repulsivos ou contrários à índole do paciente) e compulsões (comportamentos estereotipados, repetitivos, desagradáveis e inúteis).No Transtorno Obsessivo- Compulsivo as obsessões vêm acompanhadas de compulsões, pois as pessoas com TOC tentam afastar suas obsessões pondo em prática algumas compulsões, como por exemplo:

Lavar as mãos constantemente, a ponto de torná-las avermelhadas e inflamadas;

Verificar incessantemente se desligou o fogão ou o ferro, devido a um temor excessivo de incendiar a casa;

Contar certos objetos sem parar, por uma obsessão de vir a perdê-los.

Uma vez que sabe do absurdo ou exagero de seus comportamentos os pacientes podem tentar evitar os pensamentos intrusivos e as compulsões, o que causa uma tensão insuportável, motivo pelo qual acabam cedendo às compulsões.

Os sintomas do TOC provocam angústia, consomem tempo e podem interferir de maneira significativa no trabalho, na vida social e nos relacionamentos pessoais do portador. Como não sabem o que está acontecendo, muitos temem estar enlouquecendo, sentem vergonha e por isso são discretos com relação aos seus sintomas obsessivos e compulsivos, preferindo ocultá-los a procurar ajuda especializada.

Existem diversos relatos de pessoas com essa doença. Boa parte das pessoas tem vergonha de falar sobre esse transtorno e por isso a doença alcança o estágio avançado, como no caso da senhora que não dormia porque tinha que olhar embaixo dos móveis e atrás das portas se havia ladrão o tempo todo ou do homem que se jogou do segundo andar do prédio porque tinha medo dos possíveis micróbios na fechadura da porta o que o impedia de sair de seu apartamento.


Classificação

Existem dois tipos de TOC:

a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;

b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.


Causas

As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.


Sintomas

Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa.

Preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar certas palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados com morte, acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.


Frequência

Em geral, muitos anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o portador do distúrbio recebe o diagnóstico de certeza e inicia o tratamento, porque a pessoa vai levando a vida como se aqueles comportamentos fossem normais e vai se acostumando ao sofrimento. Por isso, a maior parte dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa acometer crianças a partir dos três, quatro anos de idade.

Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos.


Tratamento

O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina.

A terapia tem comprovada eficácia sobre a doença. Os resultados costumam ser melhores quando se associam medicamento, quando necessário, e terapia.

É sempre importante esclarecer o paciente e sua família sobre as características da doença. Quanto mais a par estiverem do problema, melhor funcionará o tratamento.


Recomendações

1 - Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento compulsivo, mas se ele se repete a ponto de prejudicar a execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode ser portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e precisa de tratamento;

2 - Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente normal. No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue;

3 - Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a ansiedade;

4 - O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para tratamento;

5 - Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Deusas e a Mulher

Ativando Atenas

16:24


As mulheres que não são por natureza como Atenas, a deusa estrategista, sábia, podem cultivar esse arquétipo através da educação ou trabalho. A educação requer o desenvolvimento das qualidades de Atenas. Quando a mulher leva a sério a escola, ela desenvolve os hábitos de estudo disciplinados. Matemática, ciências, gramática, pesquisa e escrever dissertações requerem as habilidades de Atenas. O trabalho tem efeito semelhante. Comportar-se “profissionalmente” implica que a mulher seja objetiva, impessoal e habilidosa. A mulher que sente profundamente pelos outros pode ingressar na medicina ou enfermagem, por exemplo, descobrir que entrou no território de Atenas e precisar aprender a observação desapaixonada, o pensamento lógico e certas habilidades.

Toda instrução estimula o desenvolvimento desse arquétipo. Aprender fatos objetivos, pensar claramente, preparar-se para os exames e fazer testes são todos exercícios que evocam Atenas.

Atenas pode também desenvolver escapatória para necessidades. Uma jovem numa família corrupta pode aprender a esconder seus sentimentos e vestir couraça protetora. Pode tornar-se insensível e não estar a par de seus sentimentos porque de outra maneira não estará segura. Ela deve aprender a observar e a usar de estratégia para sobreviver. Atenas torna-se ativada em qualquer momento que uma mulher vitimada comece a planejar um meio de sobrevivência ou de fuga.

Walter F. Otto, autor de The Homeric Gods, denominou Atenas de deusa “continuamente próxima”. Ela se punha imediatamente atrás de seus heróis e era invisível aos outros. Sussurrava conselhos, aconselhava comedimento e lhes dava certa margem de superioridade sobre seus rivais. O arquétipo de Atenas “continuamente próxima” precisa ser convidado “ a se aproximar” toda vez que a mulher precisa pensar claramente quando está numa situação emocional, ou toda vez que ela compete nos mesmos termos como um homem em sua ocupação determinada ou campo educacional.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Equilíbrio Emocional

Perdão: O abandono da dívida - Parte 4

07:53


Existem muitos meios e proporções com os quais se perdoa uma pessoa, uma comunidade, uma nação, por uma ofensa. É importante lembrar que o perdão final não é uma capitulação. É uma decisão consciente de deixar de abrigar ressentimento, o que inclui o perdão da ofensa e a desistência da determinação de retaliar. É você quem decide quando perdoar e o ritual a ser usado para assinalar esse evento. É você quem resolve qual é a dívida que você agora afirma que não precisa ser mais paga.

Algumas pessoas optam pelo perdão total: liberando a pessoa de qualquer de reparação para sempre. Outras pessoas preferem interromper a reparação no meio, abandonando a dívida, alegando que o que está feito está feito e que a compensação já é suficiente. Outro tipo de perdão consiste em isentar a pessoa sem que ela tenha feito qualquer reparação emocional ou de outra natureza.

O perdão é onde vão culminar toda a abstenção, o controle e o esquecimento. Não significa abdicar da própria proteção, mas da própria frieza. Uma forma profunda de perdão é deixar de excluir o outro, o que significa deixar de mantê-lo à distância, de ignorá-lo, de agir com frieza, condescendência e falsidade. É melhor para a psique da alma restringir ao máximo o tempo de exposição às pessoas que são difíceis para você do que agir como um robô insensível. 

O perdão é um ato de criação. Você pode escolher entre muitas formas de proceder. Você pode perdoar por enquanto, perdoar até que, perdoar até a próxima vez, perdoar mas não dar outra chance, Você pode dar só mais uma chance, dar mais algumas, dar muitas chances, dar chances só se... Você pode perdoar uma ofensa em parte, pela metade ou totalmente. Você pode pode dar um perdão abrangente. Você decide.

Como você sabe que perdoou? Você passa a sentir tristeza a respeito da circunstância, em vez de raiva. Você passa a sentir pena da pessoa em vez de irritação. Você passa a não se lembrar de mais nada a dizer a respeito daquilo tudo. Você compreende o sofrimento que provocou a ofensa. Você prefere se manter fora daquele meio. Você não espera por nada. Você não quer nada. Não há no seu tornozelo nenhuma armadilha de laço que se estende desde lá longe até aqui. Você está livre para ir e vir. Pode ser que tudo não tenha acabado em "Viveram Felizes para Sempre", mas sem a menor dúvida existe de hoje em diante um novo "Era uma vez" à sua espera.

Extraído do livro Mulheres que correm com os lobos – Clarissa Pinkola Estés

Autodesenvolvimento

Vai-te em Paz e Não peques mais

12:44


Essa já muito antiga frase de poucas palavras, dita a uma mulher que ia ser morta por adultério há 2000 anos atrás, encerra em si valiosas lições que nos servem até hoje. Vamos refletir um pouco.


1. Vai-te significa, em primeiro lugar, deixe seu passado para trás.

Qual a vantagem de carregar o fardo do passado em suas costas? O que você ganha com isso? Você errou, corrija e passe a acertar. Você acertou, parabéns, use o benefício do acerto para se incentivar e estimular a acertar novamente, afinal, você já sabe como é que faz. Mas você não pode mais acessar o passado. Ele se foi, passou. Agora é o segredo. Agora você pode fazer qualquer coisa, no passado não mais.


2. Vai-te significa, em segundo lugar, avance

Se você está parado no meio do caminho, preso a uma situação qualquer do passado, avance. Se está paralisado pelo peso da culpa, perdoe-se ou peça perdão e avance. Se está paralisado pelo peso do erro e da injustiça contra si, perdoe os outros e livre-se desse lixo. Avance. Seus projetos falharam? Reforme-os, reformule-os ou abandone-os, e avance. Ficar sentado a beira do caminho não vai deixar você melhor, nem vai lhe dar o que você precisa conseguir por si mesmo. Ninguém vai parar para dar carona, todos estão na estrada da vida para chegar a algum lugar. Ninguém gosta de caroneiros. Saia do canteiro do passado. Avance, um passo de cada vez, pode ser até devagarinho, mas avance. Está pensando em desistir, então desista de uma vez, e avance. Vá em frente, erga a cabeça, e avance.


3. Vai-te significa, em terceiro lugar, não pare.

Não é fácil perceber o movimento de desaceleração. Somente quando paramos de vez, num tranco, é que sentimos os efeitos da parada. Mas raramente isso acontece. Normalmente paramos devagarinho. E sabe a melhor forma de cozinhar um sapo? É devagarinho. Como ele é pecilotérmico, ou seja, ele é afetado pela temperatura externa e se adapta a ela, você pode jogá-lo na água fria, colocar a panela no fogo, e ele vai cozinhando sem saber. Assim nós fazemos nossas paradas, devagarinho. Só percebemos quando estamos parados, mas não percebemos que levamos muito tempo PARANDO. A desaceleração já aconteceu quando você diminuiu a velocidade, a parada é só o final da desaceleração. Portanto, comece a prestar a atenção se não está desacelerando. Aquele emprego que já não te realiza mais... Aquela relação que está sem tempero algum... Aquelas atividades que você já faz só por obrigação... Todos são sinais de desaceleração. O que fazer? Retome a aceleração, ou então pare de uma vez, reveja o mapa, reorganize a rota, e recomece, mesmo que lentamente, pois partindo do zero, todas as velocidades são aceleração. Respire fundo e continue sem medo.


4. Vai-te significa, em quarto lugar, não desista.

O cansaço, os obstáculos, e até mesmo os comentários de outras pessoas podem nos fazer pensar que não vale à pena. Não desista de nada daquilo em que você acredita. Se não acredita mais, siga os passos do item anterior, e pare de uma vez para fazer a retomada. Mas se tiver que desistir, que seja por bons motivos, e não porque colocaram lixo demais nas suas costas. É, temos mania de ficar carregando os nossos lixos, e os lixos dos outros, isso pesa, nos faz pensar em desistir. Quando pensar em desistir, pense bem se não é por causa do lixo, e se não está carregando lixo alheio. Devolva o lixo alheio aos seus geradores, e consuma com os seus. Olhe-os de frente e incinere-os com o fogo do auto-perdão. Lembre-se, vai-te e não peques mais. Incinere seu lixo, e não produza outros semelhantes. Sempre produziremos lixos, e temos que agir diariamente limpando-os de nós mesmos. Mas não faça isso jogando o lixo no quintal dos outros. Sempre olhe-os de frente, e incinere-os com o fogo da reflexão. Purifique seu lixo e queime-o. Não desista por causa dos lixos. Se tiver que desistir, que seja porque encontrou uma forma mais prazerosa de viver. .


5. Vai-te significa, em quinto e último lugar, siga em frente.

Muitas vezes não desaceleramos e nem estamos caminhando para a parada final. Mas apesar disso, é como se ficássemos andando em círculos, passando sempre pelos mesmos lugares e situações. Já sentiu isso? Fazemos uma volta enorme e não percebemos que estamos correndo em direção ao ponto de partida. Que você andou, andou. Não parou, não desistiu, mas.... não saiu do lugar. Pois é, você não ficou parado, é certo, mas também não foi a lugar algum. Então, além de manter-se acelerado, olhe bem as placas e veja se está indo a algum lugar. Se não tiver, por favor, reveja o mapa, os planos, a rota, os objetivos. Tome uma atitude. Siga em frente na busca do que deseja, na realização dos seus planos. Mude de estrada, de direção, e siga em frente. Saberá reconhecer o gosto da vitória quando chegar onde desejou. Depois... bem... depois, recomece com mais planos de sucesso.

Acredito que seguindo esses cinco passos, podemos começar a pensar numa vida real e abundante, seja lá em que sentido queiramos ir.

Texto do meu amigo psicólogo Roberte Metring

Equilíbrio Emocional

Perdão: Esquecer - Afastar da memória, recusar-se a repisar - Parte 3

08:17


Esquecer significa afastar da lembrança, recusar-se a repisar um assunto – em outras palavras, deixar de lado, soltar, especialmente da memória. Esquecer não quer dizer entorpecer o cérebro. O esquecimento consciente consiste em deixar de lado o acontecimento, não insistir para que ele permaneça no primeiro plano, mas permitir que ele seja relegado ao plano de fundo ou mesmo que saia do palco.

Praticamos o esquecimento consciente quando nos recusamos a invocar o material inflamável, quando nos recusamos a mergulhar em recordações. Esquecer é uma atividade, não uma atitude passiva. Significa não trazer certos materiais até a superfície, nem revirá-los constantemente, nem se irritar com pensamentos, imagens ou emoções repetitivas. O esquecimento consciente significa a determinação de abandonar a prática obsessiva, de ultrapassar a situação e perdê-la de vista, sem olhar para trás, vivendo, portanto, numa nova paisagem, criando vidas e experiências novas em que pensar, no lugar das antigas. Este tipo de esquecimento não apaga a memória; ele simplesmente enterra as emoções que cercavam a memória.

Clarissa Éstes - Mulheres que correm com os lobos

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Equilíbrio Emocional

Perdão: Controlar-se - Renunciar a punição - Parte 2

07:30


A segunda fase é a do controle, especificamente no sentido de abster-se de punir: de não pensar no fato nem reagir a ele seja em termos grandes, seja em termos pequenos. É de extrema utilidade a prática desse tipo de refreamento, pois ele aglutina a questão num único ponto, em vez de permitir que ela se espalhe por toda a parte. Essa atitude concentra a atenção para a hora em que a pessoa se dirigir aos próximos passos. Ela não quer dizer que a pessoa deva ficar cega, entorpecida ou que perca sua vigilância protetora. Ela pretende conferir um prazo à situação para ver como isso ajuda.

Controlar-se significa ter paciência, resistir, canalizar a emoção. Esses são medicamentos poderosos. Faça tanto quanto puder. Esse é um regime de purificação. Você não precisa fazer tudo; você pode escolher um aspecto, como o da paciência, e praticá-la. Você pode abster-se de palavras, de resmungos punitivos, de agir de modo hostil, ressentido. Ao evitar punições desnecessárias, você estará reforçando a integridade da alma e da ação.

Controlar-se é praticar a generosidade, permitindo, assim, que a grande natureza compassiva participe de questões que anteriormente geravam emoções que iam desde a ínfima irritação até a fúria.

Clarissa Éstes - Mulheres que correm com os lobos

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Equilíbrio Emocional

Os quatro estágios do Perdão - Deixar passar - deixar a questão em paz - Parte 1

20:19


Para se começar a perdoar, é bom deixar passar algum tempo. Ou seja. É bom deixar de pensar provisoriamente na pessoa ou no acontecimento. Não se trata de deixar algo por fazer, mas assemelha-se a tirar umas férias do assunto. Isso ajuda a evitar que fiquemos exaustos, permite que nos fortaleçamos por outros meios, que tenhamos outras alegrias na vida.

Este estágio é um bom treino para o abandono definitivo que mais adiante advirá do perdão. Deixe a situação, a recordação, o assunto, tantas vezes quantas for necessário. A ideia não é a de fechar os olhos, mas a de adquirir agilidade e força para se desligar da questão. Deixar passar envolve voltar a tecer, a escrever, ir até o mar, aprender e amar algo que fortaleça e deixar que o tema saia do primeiro plano por um tempo. Isso é bom e é medicinal. As questões de danos passados irão atormentar muito menos se garantirmos que trataremos da ferida com bálsamos medicinais agora e que mais tarde tratará do assunto de quem provocou tal ferida.

Clarissa Éstes - Mulheres que correm com os Lobos

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Autodesenvolvimento

Não estás deprimido, estás distraído, estás desocupado

19:26


Não concordo em número, gênero e grau com as colocações, mas que há verdade profunda em algumas citações, não há dúvida. Por isso trouxe esse texto de Fecundo Cabral. 
Luciana


Em tenra idade seu pai deixou a casa abandonando a mãe com três filhos, que emigraram para Tierra del Fuego no sul da Argentina. Cabral teve uma infância dura e desprotegida, tornando-se um marginal, a ponto de ser internado em um reformatório. Em pouco tempo conseguiu escapar e, segundo conta, encontrou Deus nas palavras de Simeão, um velho vagabundo.

Em 1970, ele gravou "No Soy De Aquí, Ni Soy De Allá" e seu nome fica conhecido em todo o mundo, gravando em nove idiomas e com cantores da estatura de Julio Iglesias, Pedro Vargas e Neil Diamond, entre outros

No entanto, um dos seus escritos me chama mais a atenção, onde ele fala da depressão. Reproduzo a seguir na esperança e desejo que de que sirva de reflexão a tantos quantos necessitem.


Não estás deprimido, estás distraído

Distraído em relação à vida que te preenche, distraído em relação à vida que te rodeia, golfinhos, bosques, mares, montanhas, rios.

Não caias como caiu teu irmão que sofre por um único ser humano, quando existem cinco mil e seiscentos milhões no mundo. Além de tudo, não é assim tão ruim viver só. Eu fico bem, decidindo a cada instante o que desejo fazer, e graças à solidão conheço-me. O que é fundamental para viver.

Não faças o que fez teu pai, que se sente velho porque tem setenta anos, e esquece que Moisés comandou o Êxodo aos oitenta e Rubinstein interpretava Chopin com uma maestria sem igual aos noventa, para citar apenas dois casos conhecidos.


Não estás deprimido, estás distraído

Por isso acreditas que perdeste algo, o que é impossível, porque tudo te foi dado. Não fizeste um só cabelo de tua cabeça, portanto não és dono de coisa alguma. Além disso, a vida não te tira coisas: te liberta de coisas, alivia-te para que possas voar mais alto, para que alcances a plenitude.

Do útero ao túmulo, vivemos numa escola; por isso, o que chamas de problemas são apenas lições. Não perdeste coisa alguma: aquele que morre apenas está adiantado em relação a nós, porque todos vamos na mesma direção. E não esqueças, que o melhor dele, o amor, continua vivo em teu coração. Não existe a morte, apenas a mudança.

E do outro lado te esperam pessoas maravilhosas: Gandhi, o Arcanjo Miguel, Whitman, São Agostinho, Madre Teresa, teu avô e minha mãe, que acreditava que a pobreza está mais próxima do amor, porque o dinheiro nos distrai com coisas demais, e nos machuca, porque nos torna desconfiados.

Faz apenas o que amas e serás feliz. Aquele que faz o que ama, está benditamente condenado ao sucesso, que chegará quando for a hora, porque o que deve ser será, e chegará de forma natural. Não faças coisa alguma por obrigação ou por compromisso, apenas por amor. Então terás plenitude, e nessa plenitude tudo é possível sem esforço, porque és movido pela força natural da vida. A mesma que me ergueu quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha; a mesma que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.

Deus te tornou responsável por um ser humano, que és tu. Deves trazer felicidade e liberdade para ti mesmo. E só então poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros. Lembra-te: "Amarás ao próximo como a ti mesmo". Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que vês, é uma obra de Deus, e decide neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição. Aliás, a felicidade não é um direito, mas um dever; porque se não fores feliz, estarás levando amargura para todos os teus vizinhos. Um único homem que não possuiu talento ou valor para viver, mandou matar seis milhões de judeus, seus irmãos.

Existem tantas coisas para experimentar, e a nossa passagem pela terra é tão curta, que sofrer é uma perda de tempo. Podemos experimentar a neve no inverno e as flores na primavera, o chocolate de Perusa, a baguette francesa, os tacos mexicanos, o vinho chileno, os mares e os rios, o futebol dos brasileiros, As Mil e Uma Noites, a Divina Comédia, Quixote, Pedro Páramo, os boleros de Manzanero e as poesias de Whitman; a música de Mahler, Mozart, Chopin, Beethoven; as pinturas de Caravaggio, Rembrandt, Velásquez, Picasso e Tamayo, entre tantas maravilhas.

E se estás com câncer ou AIDS, podem acontecer duas coisas, e ambas são positivas: se a doença ganha, te liberta do corpo que é cheio de processos (tenho fome, tenho frio, tenho sono, tenho vontades, tenho razão, tenho dúvidas). Se tu vences, serás mais humilde, mais agradecido... portanto, facilmente feliz, livre do enorme peso da culpa, da responsabilidade e da vaidade, disposto a viver cada instante profundamente, como deve ser.


Não estás deprimido, estás desocupado

Ajuda a criança que precisa de ti, essa criança que será sócia do teu filho. Ajuda os velhos e os jovens te ajudarão quando for tua vez. Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é gostar da natureza e cuidar dela para aqueles que virão.

Dá sem medida, e receberás sem medida.

Ama até que te tornes o ser amado; mais ainda converte-te no próprio Amor.

E não te deixes enganar por alguns homicidas e suicidas. O bem é maioria, mas não se percebe porque é silencioso. Uma bomba faz mais barulho que uma caricia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias que alimentam a vida.

Autodesenvolvimento

Vida após o Parto

19:02


Autor desconhecido

No ventre de uma mulher grávida dois gêmeos dialogam:

- Você acredita em vida após o parto?

- Claro! Há de haver algo após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.

- Bobagem, não há vida após o nascimento. Afinal como seria essa vida?

- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a nossa boca.

- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Além disso, andar não faz sentido pois o cordão umbilical é muito curto.

- Sinto que há algo mais. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém nunca voltou de lá. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.

- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.

- Mamãe? Você acredita em mamãe? Se ela existe, onde ela está?

- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela não existiríamos.

- Eu não acredito! Nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que ela não existe.

- Bem, mas ás vezes quando estamos em silêncio, posso ouvi-la cantando, ou senti-la afagando nosso mundo. Eu penso que após o parto, a vida real nos espera; e, no momento, estamos nos preparando para ela.

Equilíbrio Emocional

Depressão Sazonal

10:30


A depressão sazonal se caracteriza pela falta de vontade de fazer as coisas e a opção por permanecer na escuridão. Conheça mais sobre essa doença e saiba qual o tratamento mais adequado para ela.

A depressão pode acontecer devido a algum trauma ou simplesmente pela continuidade de eventos tristes na vida de alguém. Por isso, além do stress, a depressão tem sido considerada a doença do novo século.

A depressão é um dos problemas que mais acomete as pessoas na atualidade. Com tantos problemas no dia a dia, ou por fortes decepções, muitas pessoas acabam entrando nesse mundo, alguns inclusive sem volta. Mas nem sempre a depressão é aquela que vem e fica, também existe a depressão sazonal, aquela que surge em um determinado período da vida.

A depressão sazonal é um tipo de doença que muitas pessoas apresentam em um grau maior ou menor, isso irá variar em cada indivíduo. Algumas pessoas apresentam mudanças, mas nada que as faça procurar um profissional de saúde, já outras sentem essas mudanças bem intensamente, fazendo com que elas busquem ajuda profissional.

É possível identificar a doença por alguns sintomas, embora seja um pouco difícil, em vista de que os sintomas são comuns, necessitando de um diagnóstico diferencial. Por essa razão, muitas pessoas acham que estão normais, mas na verdade estão com depressão sazonal, e não conseguem diferenciar os sintomas de situações habituais.

Saiba aqui como diferenciar a depressão sazonal da depressão comum, quais os sinais e sintomas e como é realizado o tratamento.


Sintomas da Depressão Sazonal

Dentre todos os sintomas apresentados pela pessoa com depressão sazonal, alguns são mais típicos, outros nem tanto. Confira abaixo os sintomas mais comuns:

• Dormir por mais horas por dia, principalmente no inverno, e mesmo dormindo mais, ainda sente dificuldade de acordar pela manhã e acordam cansadas.

• Aumento significativa do apetite, vontade maior de comer carboidratos, como chocolates e “besteiras”.

• Dificuldade de concentração e problemas na execução de tarefas rotineiras, cansaço, isolamento social e diminuição do apetite sexual.

• Mudanças repentinas no humor, como irritabilidade, apatia, baixa autoestima e sensação de depressão

• Para as mulheres, há uma piora na tensão pré-menstrual


Causas e Tratamento da Depressão Sazonal

Dentre as possíveis causas já citadas em estudos sobre a depressão sazonal, algumas estão ligadas aos seguintes fatores:

• Aumento da melatonina, que é um hormônio que regula o sono, produzido no escuro.

• Diminuição da Serotonina, atingindo seu pico quando a pessoa se expõe à luz.

Por isso, a depressão sazonal é muito conhecida como depressão de inverno, pois as pessoas passam a preferir ambientes escuros e fechados.

Assim como a depressão comum, o tratamento da depressão sazonal pode ser medicamentoso, e haver a necessidade de uma psicoterapia, mas muitas pessoas sentem a melhora com o uso da Fototerapia, dispensando até as doses de antidepressivos que são administrados. É um tratamento feito onde a pessoa não precisa olhar diretamente para a luz, mas precisa ficar com os olhos abertos, de modo que a luz ilumine os olhos por mais ou menos 30 minutos. É um tratamento feito na parte da manhã, para que seja mais eficaz. Com esse tratamento de Fototerapia, mais de 80% das pessoas com depressão sazonal sentem a melhora significativa dos sintomas.

O inverno está chegando. Vamos nos prevenir. O mesmo sol que em excesso pode nos causar doenças, em equilíbrio pode nos curar, ou mesmo nos proteger.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Autodesenvolvimento

O Peso que a Gente leva

09:44

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Um texto belo, para variar, do Padre Fábio de Melo. 

Há coisas que quero levar, mas não podem ser levadas

Olho ao meu redor e descubro que as coisas que quero levar não podem ser levadas. Excedem aos tamanhos permitidos. Já imaginou chegar ao aeroporto carregando o colchão para ser despachado? 

As perguntas são muitas... E se eu tiver vontade de ouvir aquela música? E o filme que costumo ver de vez em quando, como se fosse a primeira vez? 

Desisto. Jogo o que posso no espaço delimitado para minha partida e vou. Vez em quando me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que mais da metade do que levei não me serviu para nada. 

É nessa hora que descubro que partir é experiência inevitável de sofrer ausências. E nisso mora o encanto da viagem. Viajar é descobrir o mundo que não temos. É o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence. 

E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar: “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!” Ele tinha razão. A partida nos abre os olhos para o que deixamos. A distância nos permite mensurar os espaços deixados. Por isso, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo. Ao ver o mundo que não é meu, eu me reencontro com desejo de amar ainda mais o meu território. É consequência natural que faz o coração querer voltar ao ponto inicial, ao lugar onde tudo começou. 

É como se a voz identificasse a raiz do grito, o elemento primeiro. 

Vida e viagens seguem as mesmas regras. Os excessos nos pesam e nos retiram a vontade de viver. Por isso é tão necessário partir. Sair na direção das realidades que nos ausentam. Lugares e pessoas que não pertencem ao contexto de nossas lamúrias... Hospitais, asilos, internatos... 

Ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar. 

Andar na direção do outro é também fazer uma viagem. Mas não leve muita coisa. Não tenha medo das ausências que sentirá. Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu. Não leve os seus pesos. Eles não lhe permitirão encontrar o outro. Viaje leve, leve, bem leve. Mas se leve.