Estudos Junguianos

Complexo Materno - Saiba mais sobre a origem do Don Juan ou Impotência Masculina

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Quando nos referimos ao termo “Complexo” nos remetemos, invariavelmente, a ideia de que um monstro nos ronda e a qualquer momento poderá nos atacar. Sempre surge como uma conotação psicopatológica. Quando falamos que alguém tem um complexo, preconceituosamente, pensamos que a pessoa tem uma doença, um problema psíquico. No entanto os complexos não são negativos em si, os seus efeitos é que se apresentam negativamente. Quando um complexo é constelado indica que está havendo um desequilíbrio na psique e que há uma unilateralidade entre seus componentes bipolares. Neste sentido, os efeitos dos complexos deverão ser vistos como sintomas de que algo vai mal na organização interna do indivíduo ou que há conflito interno. A constelação de um complexo tira o indivíduo da inércia, apatia e o impulsiona para a atividade. Uma vez que há sofrimento haverá a tendência de sair dele. Se bem resolvido, o conflito poder ser visto positivamente, pois implicará num upgrade da personalidade, um salto qualitativo na vida da pessoa. 

Especificamente sobre o complexo materno Helmut Hark diz o seguinte: “Por complexo materno devem-se entender todos os efeitos psicoenergéticos do arquétipo materno e da imagem materna. Embora esse conceito indique o conjunto de todas as experiências positivas e negativas com a maternidade no sentido transpessoal e com a própria mãe, ele é predominantemente utilizado no contexto psiconeurótico." Todo complexo orienta-se através de um núcleo arquetípico, então a base do complexo materno é o arquétipo materno. Segundo Jung, é difícil comprovar se o complexo materno, enquanto distúrbio poderá ocorrer sem a participação causal da mãe. Mas as experiências lhes mostravam que a mãe sempre está presente na origem do distúrbio. Os efeitos do complexo materno se dão diferentemente no filho e na filha, Jung diz que “No homem, o complexo materno nunca se encontra em estado “puro”, isto é, ele vem sempre misturado ao arquétipo da anima, resultando daí o fato de as afirmações do homem sobre a mãe serem quase sempre emocionais, isto é, preconceituosas impregnadas de “animosidade.” A diferença de sexo entre mãe e filho, mudará o contexto do complexo materno em relação ao que acontece com a filha. A mãe, para o homem é , além de mãe, o primeiro receptáculo da projeção da sua anima. Assim, salienta Jung, “para o homem a mãe é o tipo de algo estranho, ainda a ser vivenciado e preenchido pelo mundo imagístico do inconsciente latente.” A mãe, para o homem tem um caráter simbólico cuja idealização se faz presente. Esta idealização resulta de um pensamento mágico, de um desejo de despotencializar a influência de um objeto, no caso o que se teme é a influência do inconsciente. 

Enquanto a mulher se identifica diretamente com a mãe, o homem identifica-se com o “filho” da Grande Mãe, que na mitologia sempre aparece ao lado dela. Esse filho aparece na maioria dos mitos que apresentam características do Arquétipo da Grande Mãe e significa o “filho-amante”, aquele que ficou preso à mãe e que é devorado ou destruído por ela. Essa mãe-terrível, é um dos aspectos do arquétipo materno. Na mulher, o complexo materno poderá incentivar exageradamente o instinto materno ou inibi-lo profundamente. No homem, entretanto, haverá uma deformação do instinto masculino por uma sexualização anormal. Jung enfatiza que, “a mãe é o primeiro ser feminino com o qual o futuro homem entra em contato e ela não pode deixar de aludir, direta ou indiretamente, grosseira ou delicadamente, consciente ou inconsciente à masculinidade do filho, tal como este último toma consciência gradual da feminilidade da mãe ou pelo menos responde de forma inconsciente e instintiva à ela. No filho, a simples relação de identidade ou de resistência no tocante à diferenciação são continuadamente atravessados pelos fatores de atração ou repulsa erótica.” 

Segundo Jung, os efeitos do complexo materno no filho, poderão redundar nos seguintes distúrbios psíquicos: homossexualismo (embora o termo seja visto como preconceituoso atualmente, era assim usado quando a teoria foi desenvolvida), donjuanismo, impotência sexual. Neste último, o complexo paterno estará atuando também de maneira negativa. No homossexualismo a heterossexualidade do filho fica presa à mãe de forma inconsciente. No donjuanismo a imagem da mãe é a imagem da mulher perfeita, que não possui defeito e que está sempre de prontidão para atender os desejos do homem. Von Franz refere-se ao sujeito que apresenta este distúrbio da seguinte forma: “Ele procura uma mãe-deusa, portanto, cada vez que se apaixona por uma mulher, mas logo descobre que ela é um ser humano comum. Por ter sido atraído sexualmente por ela, toda a paixão de repente desaparece e ele decepciona-se e a deixa,...” Está sempre procurando a imagem da mãe nas outras mulheres e sempre repete a mesma história. 

O Puer Aeternus, que aparece marcadamente no donjuanismo, também é um distúrbio decorrente do complexo materno. Constitui-se num distúrbio bastante importante do complexo materno uma vez que impede o crescimento do indivíduo e seu ajustamento social. A palavra Puer Aeternus aparece primeiramente nas Metamorfoses de Ovídio para referir-se ao Deus-criança. Na mitologia grega este Deus-criança é identificado, principalmente, com Dionísio e Eros. Hoje, usa-se o termo Puer Aeternus com o significado de “juventude eterna”, mas é também usado para aludir-se àqueles homens que tem um exacerbado complexo materno e que tem como características alguns comportamentos específicos. Geralmente, o tipo puer é aquele tipo de homem que permanece como adolescente por muito tempo e, às vezes, até em idades avançadas comporta-se caracteristicamente como jovens de 17 anos e nutre uma forte dependência da mãe. São, muitas vezes, arrogantes e possuem dificuldades de adaptação social; sentem-se como indivíduos especiais e, portanto, nada está bom para eles. Jung salienta, ainda, que mesmo dentro do contexto negativo do puer, existem aspectos positivos: “O que é donjuanismo negativo pode significar uma masculinidade arrojada, uma ambição por metas supremas, em seu aspecto positivo; além de uma violência frente a toda estupidez, obstinação, injustiça e preguiça, uma prontidão para sacrificar-se pelo que reconhece como correto tocando as raias do heroísmo; perseverança, inflexibilidade e tenaz força de vontade; uma curiosidade que não se assusta diante dos enigmas do mundo; e, finalmente, um espírito revolucionário, que constrói uma morada para seus semelhantes ou renova a face do mundo.” 

O lado oposto e complementar do puer é o Senex, suas características são de uma persona rígida, envelhecida, extremamente austera e principalmente fechada para novas possibilidades. É o típico rabugento que além de tudo tem problemas, também em relação à integração de sua anima. Em um ego senex, encontraremos um puer atuando na sombra e vice-versa. Qualquer um dos dois pólos unilateralizado se traduz em perigo para o desenvolvimento psíquico. O ideal seria o balanceamento entre os dois. Segundo Hillman, o puer e o senex são aspectos polares de um mesmo arquétipo; o arquétipo Senex-Puer e os termos “senex negativo” e “senex positivo” decorrem da divisão deste arquétipo. Afirma, ele: “Atitudes e comportamento do senex negativo decorrem desse arquétipo dividido, enquanto atitudes e comportamento do senex positivo refletem sua união; de forma que o termo “senex positivo” ou velho sábio referem-se meramente à continuação transformada do puer”. 

Como pudemos ver, a constelação de um complexo materno no homem poderá trazer-lhe problemas que, se não observados e trabalhados adequadamente, destruirão a sua vida ou pelo menos atrapalharão de forma impiedosa o seu desenvolvimento e sua maturidade psicológica.

Estudos Junguianos

O Complexo Materno Não Resolvido, no Homem, Causa Dificuldade no Relacionamento com sua Anima

10:22


Há casos em que o complexo materno tem uma influência velada, não sendo caracterizados como um desvio patológico propriamente dito, sua atuação é percebida de diversas formas e em diferentes fases da vida do homem, atrapalhando, senão impedindo, o seu relacionamento consigo mesmo e com outras pessoas. Neste Artigo analisaremos os efeitos do complexo materno no desenvolvimento da anima no homem. O complexo materno que é a idéia de mãe carregada de afetividade existe em todos nós. O experimentamos como a necessidade de carinho, proteção e ligação. Se a experiência inicial que temos na vida, através da relação primal, for satisfatória e atender estas necessidades sentiremos que a vida é algo bom e que seremos amados e protegidos sempre. Se a nossa primeira experiência não foi boa, vamos nos sentir desligados de tudo e sem raízes. A influência mais acentuada do complexo materno não solucionado, no homem, é a dificuldade que este encontra em relacionar-se com sua anima. A anima é o arquétipo do relacionamento interno, ou seja, é responsável pelo contato do ego com o mundo interno e a qualidade deste contato determinará qual vai ser a qualidade do relacionamento do homem com o mundo externo, com as outras pessoas. É também, o arquétipo que representa o lado feminino no homem mas sua principal função, segundo Jung, é a de instrumentar o homem, quando reconhecida, para seu autoconhecimento conduzindo-o no seu inconsciente, promovendo a relação entre seu ego e seu mundo interno. Portanto, o reconhecimento da anima é um fator decisivo do processo de individuação. Mas afinal o que a anima significa na vida do homem? Porque é um arquétipo tão importante na psicologia masculina? A anima é a alma do homem, é o que lhe dá vida, é o que dá profundidade à sua existência, dá-lhe sabedoria, paixão e vontade de viver. É alma, porém não no sentido religioso que conhecemos e tentamos de todas as maneiras salvá-la das garras do inferno após a morte. A anima poderá ser o próprio inferno na vida de um homem ou poderá ser seu verdadeiro paraíso aqui na terra, basta entender seu significado e não abandoná-la.

Jung falou muitas vezes da anima e uma delas se pronunciou da seguinte maneira:- “A anima é um fator de maior importância na psicologia do homem, sempre que são mobilizados suas emoções e afetos. Ela intensifica, exagera, falseia e mitologiza todas as relações emocionais com a profissão e pessoas de ambos os sexos. As teias da fantasia a ela subjacentes são obra sua. Quando a anima é constelada mais intensamente ela abranda o caráter do homem, tornando-o excessivamente sensível, irritável, de humor instável, ciumento, vaidoso e desajustado. Ele vive num estado de mal-estar consigo mesmo e o irradia a toda volta. Às vezes, a relação do homem com uma mulher que capturou sua anima revela a existência da síndrome.” A anima é aquilo que o homem desconhece nele mesmo, se o que ele conhece é seu ego masculino o que desconhece é sua anima, seu feminino, Jung expressa-se, quanto a este aspecto, da seguinte maneira: “O que não é eu, isto é, masculino, é provavelmente feminino; como o não-eu é sentido como não pertencente ao eu, e por isso está fora do eu, a imagem da anima é geralmente projetada em mulheres.”

A primeira mulher a receber esta projeção é a mãe, a influência exercida pelo complexo materno nesta fase decidirá sobre o sucesso ou insucesso na retirada desta projeção. O poder dominante da mãe poderá segurar a anima do filho numa relação infantil. Jung diz o seguinte: “A figura da anima que conferia à mãe, na ótica do filho, um brilho sobrenatural é desfeita gradualmente pela banalidade cotidiana, voltando para o inconsciente, sem que com isso perca sua tensão originária e instintividade. A partir desse momento ela está pronta a irromper e projetar-se na primeira oportunidade, quando uma figura feminina o impressionar, rompendo a cotidianidade.” A projeção é um mal necessário, pois somente podemos conhecer nossos conteúdos inconscientes quando projetados no mundo externo de maneira que podemos olhar e ver-nos como num espelho. Naturalmente, a dificuldade reside no reconhecimento de que as características que vemos são nossas, pertencem ao mais íntimo de nós mesmos. Esta dificuldade deverá ser vencida com o decorrer da vida e com a vontade consciente de voltarmos para nós mesmos em busca de respostas às nossas mais profundas dúvidas. 

Em se tratando do homem em geral, ou seja, aquele que não apresenta distúrbios sérios identificados dentro da estreiteza da psicopatologia, vamos encontrar aspectos também desastrosos quando possuído pela anima inconsciente. Suas projeções são carregadas de animosidade, e atribui facilmente à mulher, enquanto companheira, suas próprias indisposições e seu mau humor, características de uma anima insatisfeita. A mulher que era uma deusa se transforma em bruxa com a maior facilidade. Jung salienta que a manifestação do arquétipo da anima se dá de diversas formas, nas experiências amorosas são bastante significativas; “Nas experiências da vida amorosa do homem a psicologia deste arquétipo manifesta-se sob a forma de uma fascinação sem limites, de uma supervalorização e ofuscamento, ou sob a forma da misoginia em todos os seus graus e variantes, que não se explicam de modo algum pela natureza dos “objetos” em questão, mas apenas pela transferência do complexo materno. No entanto, este é criado primeiro pela assimilação da mãe – o que é normal e sempre presente – a parte feminina do arquétipo preexistente de um par de opostos “masculino-feminino” e , secundariamente, por uma demora anormal a destacar-se da imagem primordial da mãe.” O modo mais visível que temos para observar a projeção da anima é no ato de apaixonar-se, que é valioso para a aproximação dos sexos e com isso dar inicio a um relacionamento, porque somente através do relacionamento com o outro é que conseguimos desenvolver e integrar nossos aspectos inconscientes. O apaixonar-se, para o homem, consiste na projeção de sua anima numa mulher e fascinar-se pelo que vê. Entretanto, o relacionamento do homem com a mulher amada não será melhor do que seu relacionamento com sua própria anima. O relacionamento entre homem e mulher requer habilidade, disponibilidade, interesse mútuo e muito trabalho, isto tudo implica em amadurecimento de várias instâncias psíquicas inclusive e principalmente, no caso do homem, da anima. A anima inconsciente prejudica o homem não só nas suas relações amorosas, mas também em outras relações como o trabalho, por exemplo. Não é raro observarmos certos comportamentos em homens de negócios, executivos aparentemente fortes, que sem mais nem menos se sente atacados por estados emocionais que o dominam descaracterizando totalmente sua persona. Seu comportamento torna-se bizarro, e o homem aparentemente forte transforma-se num garoto birrento de palavras fúteis. É o verdadeiro filhinho dominado pela mãe. Segundo Jung, até a metade da vida, mais ou menos 35 anos, o homem não necessita estar conectado com sua anima, porque deverá estar voltado para o mundo externo procurando atingir objetivos materiais, após a meia idade no entanto, o homem não consegue ter uma vida tranquila se não se ligar à sua anima, diz ele:- “Depois da metade da vida, no entanto, a perda permanente da anima significa uma diminuição progressiva da vitalidade, flexibilidade e humanidade. Em geral, disso vai resultar uma rigidez prematura, quando não uma esclerose, estereotipia, unilateralidade fanática, obstinação, pedantismo ou seu contrário: resignação, cansaço, desleixo, irresponsabilidade e finalmente um ramolissement infantil, com tendência ao alcoolismo. Depois da metade da vida deveria restabelecer-se, na medida do possível, a conexão com a esfera da vivência arquetípica.” Na meia idade, quando o homem encontra-se no auge de suas realizações masculinas, ele experimenta com mais intensidade seus complexos e possessões pela anima. Uma depressão, característica desta fase, poderá vir acompanhada de uma voz interna que o acusa de tudo o quanto ele não realizou, aponta seus pontos fracos no que se refere às suas emoções e sentimentos internos. Essa voz, ou este pensamento, diz Sanford, “personifica a anima que se tornou absolutamente amarga e tenebrosa” por ter sido, até então desconsiderada e deixada de lado. Continua Sanford: “Ela é a imagem viva do fracasso do homem ao lidar com o outro lado de sua vida – o lado feminino, o lado espiritual, o lado da alma. Ela se mostra tenebrosa e monstruosa em proporção direta com o sucesso exterior do homem e com a negação interior das coisas da alma.” Um homem que não consegue expressar seus sentimentos e dar expressão à sua anima, se transformará numa pessoa ressentida e mal humorada. Diz Sanford: “Um homem que vive sempre evitando encontros de cunho emocional com outras pessoas é dominado pela Mãe. Uma das formas de ele se libertar de seu complexo de Mãe consiste em expressar-se através do relacionamento.” Quando um homem não expõe seus sentimentos porque tem medo da mulher brigar com ele, está regredindo a um estado anterior infantil, quando sua mãe, muito provavelmente fortemente dominante e manipuladora, mostrava-se zangada e descontente com seu comportamento. O medo que o homem sente é o da rejeição que um dia já foi experimentado através da zanga da mãe. O homem precisa desvencilhar-se do complexo materno, vivenciando-o plenamente pelo relacionamento. Caso contrário, ele será sempre o menino que encolhe os ombros perante uma mulher. 

O homem precisa ajudar a si próprio, salienta Sanford: “Isto significa que ele tem de descobrir e ajudar o meninozinho que existe dentro dele. Ao reconhecer o seu lado de meninozinho magoado, fica muito menos exposto a se identificar com ele, e pode conservar-se mais como homem que deve ser no relacionamento com a mulher em sua vida.” Para o homem, um comprometimento no desenlace do complexo materno, inevitavelmente acarretará uma dificuldade no reconhecimento de sua anima e, portanto, dificuldades em relacionar-se com outras pessoas e com ele mesmo. O homem sente-se inseguro, porque não consegue controlar suas emoções, sente-se deprimido e é assolado, constantemente, pelo mau humor, sendo todos esses efeitos característicos de uma anima inconsciente, mal entendida. Para o reconhecimento da anima e sua consequente integração na consciência, o homem em dificuldades, necessita primeiramente livrar-se dos resquícios de um complexo materno mal resolvido. A anima mesmo atuando negativamente poderá abrir caminho para que o homem se liberte do complexo materno, basta para isso dar importância aos seus sentimentos. Uma vez liberto de seu complexo materno, poderá relacionar-se adequadamente com sua anima. O homem deverá, então, dar ouvidos à sua anima e não evitá-la, deverá vivenciar este estado profundamente e não fugir dele através de subterfúgios como drogas, bebidas, separação dos relacionamentos, etc. Estes são artifícios enganosos que não o ajudarão em nada a encontrar o caminho da realização. Se o homem aceitar estas suas indisposições e usar a autorreflexão, sua anima reconhecida se tornará uma grande aliada no caminho da individuação. Quanto mais ignorados forem os lados negativos das figuras internas, no caso, a anima, mais fortemente eles atuarão provocando resultados indesejáveis. 

Uma maneira de que o homem dispõe para manter um primeiro contato com sua anima é reconhecer o problema que lhe afligi como seu mau humor, a insatisfação, suas fantasias, o que significa reconhecer as projeções tornando-as conscientes. A anima inconsciente usa vários recursos para se manifestar e com isso obter atenção, o mais freqüente é encher a cabeça do homem de fantasias sexual-erótica, o homem neste estado, envolve-se num auto-erotismo e passa a interessar-se por filmes, livros revistas pornográficas e outros, demonstrando uma postura infantil perante a sexualidade. O homem poderá libertar-se de sua anima nociva quando aprende a lidar com os seus sentimentos e expressá-los através do relacionamento com os outros. Sanford diz que: “Desta maneira ele escapa da Mãe e desenvolve seu lado Eros” A anima, dizia Jung, “é o arquétipo da vida” e um homem sem relacionar-se com o seu mundo interior terá uma vida sem criatividade, sem emoção, poderá até obter grande sucesso, porém ficará sempre insatisfeito, sentindo um vazio interior. A anima, além de mediadora, alerta o homem para a busca de sua verdadeira essência. É a alma do homem e dá a ele ânimo para lutar e coragem para enfrentar os sofrimentos da vida. 

O desenvolvimento da anima passa por quatro níveis, segundo observa Jung, que não ocorrem, necessariamente, um após o outro e estão representados simbolicamente da seguinte forma: O primeiro estágio simbolizado na figura de Eva, como mulher primitiva e induz um relacionamento instintivo e biológico; o segundo estágio pode ser representado por Helena de Fausto, ela representa as mulheres também num sentido erótico, porém mais ligadas ao romântico e especialmente atraentes; o terceiro estágio fica bem exemplificado pela Virgem Maria que é uma forma espiritualizada e sacralizada da anima e, por último, um estágio em que a anima está simbolizada pela sabedoria e manifesta-se sob a forma de uma mulher divina, pela Sapiência que transcende a santidade. Estes estágios são normalmente observados em sonhos, contos de fadas, mitos e na literatura. Embora o quarto estágio é o estágio ideal do desenvolvimento, os Junguianos concordam que é praticamente impossível de ser alcançado. No entanto, com esforço e dedicação o homem poderá obter um grau de desenvolvimento bastante satisfatório em relação à sua anima. 

Uma importante característica gerada no complexo materno é o medo que o homem desenvolve do Feminino e que dificulta consideravelmente o desenvolvimento da anima. Este medo tem origem na primeira fase de diferenciação do ego quando o ego-heroi é afugentado pela Mãe Terrível que ao mesmo tempo lança seus tentáculos na tentativa de reter o filho. Sobre o medo do Feminino, Neumann diz: “O medo patológico que a criança tem do feminino, a “bruxa” do verdadeiro complexo materno, faz um contraste com seu medo normal ligado à transição para o desenvolvimento. Esquematicamente, podemos distinguir três formas principais de expressão deste complexo. A primeira é a prisão do ego pela “Mãe”, evitando assim a progressão necessária ao desenvolvimento. A segunda, é que há uma tendência regressiva no ego, isto é, uma perturbação do ego da criança na qual a tendência progressiva não é suficientemente forte ou foi desviada por uma tendência instintiva, regressiva, a sair em busca da fase matriarcal. Em terceiro lugar, porém, pode estar presente uma constelação na qual um desenvolvimento já realizado, progressivo, do ego é destruído.” O medo do Feminino é visivelmente observado na violência do homem em relação à mulher. Não conseguindo relacionar-se com o seu Feminino interno, sua anima, porque está bloqueada pelo medo enraizado nas entranhas do complexo materno, ataca a mulher como defesa. É o poder em detrimento do amor, porque onde domina o poder não há espaço para o amor. 

Outra maneira que o homem tem para expressar seu medo do Feminino é fugindo de seus próprios sentimentos uma vez que eles são vistos como características próprias das mulheres. Agindo assim, afastam-se de sua própria anima ficando alienados dentro deles mesmos. Este pavor do Feminino também é percebido através das críticas que os homens recebem de seus companheiros se demonstrarem fraquezas, muitos são capazes de afastarem-se por medo de verem-se refletidos no medo do amigo. Outro medo que vem do complexo materno, em relação ao Feminino, é instalado com a ajuda da figura paterna. Embora não tenha sido enfatizada a importância do papel do pai no desenvolvimento infantil, não significa que sua imagem arquetípica e sua presença real sejam menos importantes no desenvolvimento do menino do que o papel da mãe. O pai tem um papel importante em todas as fases de desenvolvimento do menino. Na transição do matriarcado para o patriarcado, por exemplo, desempenhará uma função de equilíbrio para a força poderosa da mãe. Sua postura e suas condições psicológicas, sendo adequadas, poderão servir como incentivo ao crescimento do filho funcionando como uma ponte que ajudará o menino a transcender do mundo da mãe para o mundo do pai. Se, ao contrário, for um pai ausente tanto fisicamente quanto psicologicamente o menino poderá permanecer preso à mãe. O ego então, entra em luta contra o dragão para obter sua própria libertação, uma outra luta, no entanto está prevista e se dará para, desta vez, resgatar o Feminino, representado pela anima, que ficou preso à mãe. 


A anima significa o Feminino enquanto transformação é um novo rumo a um novo destino desconhecido. Tudo o que é novo e transformador é excitante, mas gera medo. O medo que o ego enfrenta desta vez é o medo do Feminino independente. Neumann salienta que este medo do desconhecido é causado pela insegurança do ego que ficou preso ao mundo da mãe, diz ele: “Todas as vezes que o desenvolvimento do ego masculino é perturbado e que ele não alcançou a independência, por exemplo, quando seu ego permaneceu infantil em virtude de uma fixação na mãe e não alcançou a “combatividade” necessária ao ego heroico – cada exigência de “transformação”, cada exigência de desenvolvimento rumo a algo desconhecido e distante de tudo que proporciona segurança, é respondido com medo e na defensiva.” O pai agora, também tem um papel especial, se for influenciado por um complexo materno, poderá reagir violentamente contra este, demonstrando seu medo terrível do feminino, deixando, assim, de ser um modelo saudável para o filho na sua relação com o feminino. O medo que o menino sente do feminino e que perpetuará por toda sua vida se não analisado, também é responsabilidade do pai, ou seja, de como o pai age em relação ao seu próprio feminino. 

A raiva que muitos homens sentem de suas mulheres é, em alguns casos, resultado de abuso infantil, no entanto, a maioria das vezes os casos não se ajustam a este perfil, mas aparece como consequência de excesso de amor materno e falta de amor paterno. A mãe prende o filho e o pai não o ama suficientemente para ajudá-lo a sair do mundo da mãe. A dor gerada por este sufoco e abandono é profunda e quando adulto, o homem, não consegue voltar para si mesmo com medo de vivenciar novamente esta dor, então sua relação com os outros se torna insuportável porque vê o outro como fonte de sua dor. O medo do Feminino no homem adulto é provocado pelo complexo materno e também pelo complexo da anima. Se o homem estiver preso a um complexo de anima a solução, apesar de trabalhosa envolve uma camada mais recente da psique, é portanto mais fácil de ser atingida, enquanto que se ele estiver preso a um complexo materno que é mais profundo, a solução será conquistada com muito mais trabalho. Todas as arestas e resquícios do domínio da mãe deverão ser reavaliados se o homem desejar trilhar o caminho da individuação. Individuar-se é conhecer a si mesmo tão profundamente que todos os seus conteúdos mais escondidos do inconsciente terão oportunidade para se expressarem na consciência. É uma perfeita integração de inconsciente e consciente. O homem só poderá enveredar-se por este caminho se sua principal guia, a anima, estiver sendo reconhecida, atendida e respeitada. Se ela estiver deformada, atuando inconscientemente, não conseguirá exercer sua principal função que é iluminar o caminho do mundo interno.

CONCLUSÃO : A mãe e a relação primal é a base do desenvolvimento humano. A qualidade do relacionamento mãe-filho nos primeiros meses de vida determina como aquele pequeno indivíduo vai se conduzir no mundo durante toda sua vida. A segurança, a proteção, a ausência de medo e o vínculo afetivo estabelecido nesta fase farão parte da verdadeira base da existência humana. Qualquer desordem emocional ou física que venha abalar a base que dá sustentação ao bebê poderá destruir-lhe a capacidade de desenvolvimento fixando-o sob o domínio arquetípico materno. O complexo materno que remonta a fase mais infantil e primitiva do ego atrapalha ou impede o desenvolvimento integral e a individuação no homem, uma vez que interfere no reconhecimento da anima que é o arquétipo guia do inconsciente. Quando ativado e inconsciente o complexo materno fixa o homem na mãe e o impede de seguir adiante em busca de sua realização pessoal. Deforma sua visão de mundo e o deixa vivendo somente na superfície do seu eu consciente. Interfere em suas relações com outras pessoas, principalmente do sexo oposto e impede a projeção adequada de sua anima. A anima quando subdesenvolvida pode levar o homem para longe da realidade, manifesta-se negativamente na sua personalidade fazendo com que se sinta irritado, depressivo e o leve à apatia. Nada para o homem neste estado está bem, a anima faz dele um sentimental, sensível, melindroso. Torna-o um tipo afetado que tudo e a todos critica, falta-lhe autonomia, sente-se impossibilitado de relacionar-se adequadamente com uma parceira e muitas vezes o seu desenvolvimento profissional fica aquém de sua capacidade. O segredo para o homem que tem dificuldade de relacionamentos tanto externos quanto internos é buscar as raízes, ouvindo sua voz interna e manter com ela um diálogo honesto, ser humilde e reconhecer que está atolado na vida e na mãe. É impossível eliminar totalmente o complexo materno, porém perderá sua energia na medida em que for vivenciado plenamente e seus componentes forem integrados ao consciente. Ao vivenciar as fantasias e imagens que emergem do complexo, o homem estará construindo uma ponte para o seu inconsciente e dará oportunidade para que sua anima se expresse adequadamente, exercendo sua função de guia. Embora, ficou demonstrado que a mãe pessoal não deve ser a única responsável pelo desenvolvimento do filho e que o complexo materno não pode ser resolvido reduzindo-o unilateralmente à mãe humana porque, se assim o fosse, estaríamos desconsiderando a existência dos arquétipos, não devemos, no entanto, ignorar que suas atitudes e sentimentos ao lidar com a criança ocupam lugar de destaque. Muitos problemas poderão ser desencadeados a partir do comportamento da mãe independentemente de serem conscientes ou não. Sabemos ser impossível exercermos controle sobre o nosso inconsciente, porém, quanto às atitudes conscientes maternas, estas sim, poderiam ser balizadas e refletidas, com o objetivo de preservar a unidade psicológica do filho. Um filho não deverá ser uma válvula de escape, nem tampouco uma tábua de salvação para mães impedidas de se relacionarem adequadamente com seus parceiros. Deverá ser antes de tudo a oportunidade para que a mãe, enquanto feminino, exerça sua principal função neste mundo que é gerar e fazer crescer nova vida. Se o homem deseja sua evolução deverá reconhecer que o inimigo está dentro dele e não fora. Precisa lutar e desvencilhar-se da dependência dos pais pessoais, senão estará fadado a ver seus relacionamentos externos desmoronarem-se e impossibilitado de contato com o seu mundo interno. Ficará preso para sempre no mundo infantil. O preço mais alto, no entanto, que pagará por não examinar seus medos e não se livrar do complexo materno será o sacrifício de sua própria alma. A cura do homem ferido pelo complexo materno depende primeiro da observação do efeito do seu complexo materno atuando dentro dele. É preciso coragem, paciência, perseverança e boa vontade para lutar com um mal tão profundo. A humildade e resignação para resgatar as projeções também devem estar presentes e a mais importante de todas as tarefas será o desenvolvimento da capacidade de relacionar-se com sua anima com seu lado feminino que o levará a uma viagem surpreendente pelo inconsciente em busca do encontro com o Si-Mesmo.

Estudos Junguianos

Sobre o Amor - Jung

17:56


Dica de Leitura

Marianne Schiess, a partir de citações, textos pequenos, relatos de casos clínicos, delineia o pensamento de Jung sobre o amor, em diferentes períodos de sua vida.

Apesar de ser um pequeno livro é de uma grandiosidade em conteúdo, que prende, instiga o leitor a reflexões na medida que aborda o tema do amor interligado no cotidiano intrínseco ao ser humano; suas relações no campo do casamento, sociedade e ainda o processo do relacionamento que cura, entre outros.

Destaca que, para Jung, o amor representa uma grande problemática para a evolução do homem, onde este, para dar-se conta desse processo necessita da relação com o outro, com o coletivo, mesmo sentindo que esse processo é algo do individual, quando não consegue perceber que “é muito da incapacidade de amar que rouba das pessoas as oportunidades” .

A concepção, a força e o desenvolvimento do amor na psique quando ficam bloqueados, não permitindo o fluir da libido em direção aos relacionamentos, não percebendo a complexidade e a beleza de ouvir, nos torna vazios.

Quando o homem não lida com o “sofrimento da alma” é atrofiado no processo de “criação e progresso espiritual”, gerando a incapacidade da alma agir.

De acordo com Jung, “a base do casamento é sempre essencialmente coletiva” e, historicamente, a ênfase era no contrato social, não propriamente no amor.

A nossa sociedade atual, contudo, não aceita isto, uma vez que o encontro da relação está centrado no amor. Na medida que nos aproximamos e nos assemelhamos ao ser amado, lidamos com a “participation mystique” e, posteriormente, quando nos defrontamos com as diferenças do outro, torna-se um desafio, na nossa individualidade, a manutenção do casamento.

No capítulo sobre a sociedade, Jung expressa que os relacionamentos estão “minados pela desconfiança” em função de uma sociedade cada vez mais competitiva, gerando uma individualização que é favorável aos que controlam o poder, ficando os afetos suscetíveis e o amor comprometido em razão dessas projeções de insegurança diante da sociedade. “Onde termina o amor começam o poder, a violentação e o terror”.

Faz uma reflexão de que devemos lidar com as projeções e suportarmos as diferenças e percebermos que também podemos e devemos aceitar os erros dos outros, que isso sim é humano.

Mostra-nos que, nos dias atuais, é cada vez mais pertinente a importância da psicologia nos relacionamentos e, ressalta a dialética terapeuta – cliente,  no sentido do autoconhecimento para perceber o que é meu e o que do outro. É um livro que resgata o pensamento de Jung sobre o amor, com o discurso dentro de uma atualidade.

É para leitores que sentem a necessidade e o interesse nos diversos temas ligados ao amor.

Autodesenvolvimento

Nossas heroínas sabem como fazer Sucesso

12:08


Assim como metade da população mundial sou fã das séries CSI, NCIS, Criminal Minds. Eu particularmente não estou interessada em saber quem é o bandido, mas em conhecer a potencialidade humana, em todos os seus aspectos e em descobrir seus perfis e suas motivações.

Nos últimos tempos novas séries estão surgindo e agora os protagonistas tem sido mulheres, e diga-se de passagem tem feito muito sucesso. É fato também que elas não tem uma vida amorosa muito estável, mas esse é assunto para um outro dia. Existem momentos da vida, particularmente entre os 35 e 40 anos, onde necessitamos fazer escolhas mais profundas. Me parece que foi o caso delas.

O foco de hoje, com base nas heroínas do Body of Proof, Unforgettable, The Protector, Missing, é a excelência com que executam seu trabalho. Houve o tempo em que ter uma formação acadêmica era suficiente para abrir portas no mercado de trabalho. Hoje, após o advento da Internet, onde o conhecimento é global, a possibilidade de contato com o mundo acontece sem precisar levantar da sua cama e a oportunidade de expor seu trabalho para um número incalculável de pessoas é quase natural, aparentemente teria aumentado nossas chances de Sucesso. O fato é que isso não é real, pois a concorrência passou de regional a mundial, independente de qualquer trabalho que você optou em realizar. O que nos obrigou a deixar de ser um profissional para nos tornar um profissional Excelente, para conseguir não somente o Sucesso, mas um espaço nesse mundo cada vez mais concorrido.

Usando como parâmetro as atitudes das heroínas das séries citadas, vou buscar expor apenas alguns comportamentos que se tornaram imprescindíveis para que qualquer trabalho seja realizado com Excelência:

1 – Apesar de elas terem um horário de trabalho definido, estão à disposição para quando um evento iniciar fora do horário padrão.

2 – Elas são decididas, não hesitam em tomar atitudes e mantêm-se firmes nas suas decisões. Essa característica as torna atraentes.

3 – Estão dispostas à irem onde nunca estiveram antes. Seja um país, uma cidade, ter uma nova ação, um novo comportamento, uma nova maneira de executar o trabalho. Elas aceitam sair do conforto da sua casa, da sua vida e Inovarem para alcançar um sucesso extraordinário.

4 – O foco que elas escolheram para suas vidas, exige um ambiente especial. Para o seu trabalho também isso é necessário: lugar apropriado, aparelhos necessários, clima organizacional adequado. É necessário termos controle do ambiente ao nosso redor ou ele vai nos controlar. Descubra o tipo de ambiente e atmosfera que extraem o que há de melhor em você.

5 – Elas são fascinadas pelos seus trabalhos. A fascinação exerce uma grande força sobre nós. Fascinação é aquilo que ocupa nossos pensamentos e nosso tempo.

6 – Na dúvida elas buscam conselhos com a equipe, antes de tomar decisões mais importantes. Buscar conselhos é prova de humildade. Aprenda a manter contatos e procurar outras pessoas.

7 – Embora seja ficção, elas não fracassam nunca no seu trabalho, porque não tem medo de fracassar enquanto buscam o sucesso. Elas são persistentes, diligentes, param, revisam, e se cometeram erros se recompõem e tentam novamente.

8 – Foco. Elas estabelecem um objetivo e o atualizam constantemente. Trabalham num caso por vez, situação a situação. Quando você determina o que deseja, sua mente irá desenvolver um mapa para alcança-lo.

9 – Elas terminam o que começam. O término de uma obrigação traz prazer no íntimo. Começam concluindo coisas pequenas e terminam realizando feitos extraordinários.

10 – Elas não tem receio de demonstrar o que sentem. Nos negócios os sentimentos são contagiantes. Quando um vendedor está entusiasmado com um produto o cliente irá sentir esse entusiasmo e será influenciado por ele. Somos atraídos por pessoas expressivas que sem receio mostram o que sentem no local e no momento apropriados.

11 – Elas são conhecidas pela integridade. A reputação é mais poderosa do que o dinheiro. Elas escolheram realizar seu trabalho com verdade. O caráter é uma escolha.

12 – Elas tem confiança em suas particularidades. E no entanto não tentam provar nada a ninguém, apenas buscam realizar muito bem o seu trabalho. Conheça seu propósito. Conheça seu valor. Descubra onde você atua melhor e siga em frente. Faça escolhas. Ninguém é excelente em tudo. Confie nas suas particularidades.

13 – Elas são inimigas do seu ponto fraco. Não fazem pouco caso dele. O ponto fraco não vencido sempre fará nascer a tragédia. O custo é alto demais. Tudo que não é controlado, aumenta. A batalha da sua vida ocorre entre seu ponto forte e seu ponto fraco(Gálatas 5.17).

14 – Elas tem um mentor. Encontre um mentor incomum. Uma pessoa confiável. Ele enxerga seu futuro com você e estando do lado de fora está mais apto para te alertar. Um mentor é como um técnico. Receber o ensino de um mentor é adquirir sabedoria sem ter que sofrer. Receber o ensino de um mentor é obter o sucesso sem ter que esperar por ele. Seu mentor percebe problemas que você ainda não consegue ver. Seus objetivos determinam quem será seu mentor. Encontre um mentor incomum e realize feitos com excelência.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Equilíbrio Emocional

Alimentos e Emoções

18:28

Alimentos & Emoções
Banana- contra a ansiedade
Se você anda mais ansiosa que o normal, aposte na banana para elevar os níveis de serotonina. Quando os níveis desse neurotransmissor estão baixos, falha a comunicação entre as células cerebrais. Aí você fica irritada e especialmente ansiosa. A fruta combina doses importantes de triptofano e vitamina B6. Juntas, as duas substâncias se tornam poderosíssimas na produção da serotonina.
Quanto consumir: 2 unidades por dia.
Mel- pura alegria
Triste sem motivo? De novo a causa pode ser a serotonina de menos. Nesse caso, o mel funciona como um calmante natural, pois aumenta a eficiência da serotonina no cérebro. Mas não é só aí que ele atua. Quando alcança o intestino, ajuda a regenerar a microflora intestinal. Resultado: o ambiente se torna mais propício para a produção de serotonina. Surpresa? Pois é, cerca de 90% do neurotransmissor do bom humor é produzido no intestino.
Quanto consumir: 1colher (sopa) / dia.
Abacate- amigo do sono
Dormir é tão importante para viver bem quanto comer direito e fazer exercícios. Tem noite que o sono não vem? Põe fé no abacate. Tudo bem, ele tem gordura, mas é boa. E oferece vitaminas que ajudam você a se entender melhor com o travesseiro. A vitamina B3 equilibra os hormônios que regulam as substâncias químicas cerebrais responsáveis pelo sono. Já o ácido fólico funciona como se fosse uma enzima, alimentando os neurotransmissores que fazem você dormir bem.
Quanto consumir: ½ abacate pequeno, 3x /semana.
Salmão- levanta o astral
Mau humor constante pode ser sinal de falta de ômega 3 no prato. O representante oficial dessa gordura amiga é o salmão. Mas existem outros peixes (atum, arenque e sardinha) que jogam seu astral lá para cima. O ômega 3 melhora o ânimo porque aumenta os níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina - substâncias responsáveis pela sensação de bem-estar. Estudos também comprovam que este ácido graxo tira os radicais livres de cena e assim protege o sistema nervoso central.
Quanto consumir: 1 porção, 3x / semana.
Lentilha- afasta o medo
Angústia e medo podem estar relacionados ao desequilíbrio de cálcio e magnésio. Essa dupla atua no balanceamento das sensações. Além de incluir alimentos com cálcio (queijo e iogurte) e magnésio (acelga) na dieta, consuma mais lentilha. Ela tem efeito ansiolítico, ou seja, tranqüiliza e conforta. Isso porque é precursora da gaba, neurotransmissor que também interfere nos sentimentos.
Quanto consumir: 3 conchas pequenas / semana.
Nozes- mantém você concentrada
São muitos os nutrientes das nozes. Mas é a vitamina B1 a responsável por essa fruta oleaginosa melhorar a concentração, pois a B1 imita a acetilcolina, neurotransmissor envolvido em funções cerebrais relacionadas à memória.
Quanto consumir: 2 nozes, 4x / semana.
Chá verde- espanta o estresse
Essa erva, a Camellia sinensis, tem fitoquímicos (polifenóis e catequinas) capazes de neutralizar as substâncias oxidantes presentes no organismo que, em excesso, deixam você cansada e estressada e acabam desorganizando o funcionamento do organismo. O estresse é capaz de desencadear a síndrome metabólica, culpada por doenças como a obesidade e a depressão. Beber chá verde, conforme alguns estudos, melhora a digestão e deixa a mente lenta.
Quanto consumir: 4 a 6 xícaras (chá) / dia.
Brócolis- deixa a mente esperta
É comum você demorar alguns segundos para lembrar o número do seu telefone? Este alimento é rico em ácido fólico, acelera o processamento de informação nas células do cérebro, conseqüentemente, melhorando a memória. Porções extras desta verdura vão fazer você lembrar de tudo rapidinho.
Quanto consumir: 1 pires / dia.
Óleo de linhaça- dribla o apetite voraz
O óleo extraído da semente de linhaça e prensado a frio é uma fonte vegetal riquíssima em gordura ômega 3, 6 e 9. Melhor: é um dos poucos alimentos com ômega numa proporção próxima do ideal, o que é imprescindível para que exerça suas funções benéficas. Uma delas é regular os hormônios que ajudam a manter o sistema nervoso saudável. Com isso, a ansiedade perde espaço e a cumpulsão à comida fica bem menor.
Quanto consumir: 1colher (sobremesa) / dia, antes das refeições principais.
Gérmen de trigo- acaba com a irritação
Assim como as nozes, o gérmen de trigo tem vitamina B1 e inositol, que reforçam a concentração. Mas por ter uma boa dose de vitamina B5, o gérmen é especialmente indicado como calmante, já que melhora a qualidade de impulsos nervosos, evitando nervosismo e irritabilidade.
Quanto consumir: 2 colheres (chá) / dia.
Tofu- espanta o desânimo
O queijo de soja tem o dobro de proteínas do feijão e uma boa dose de cálcio. Também é rico em magnésio (evita o enfraquecimento das enzimas que participam de produção de energia) e ferro (combate a anemia). Quando estes minerais estão em baixa no organismo, você se sente fraca e sem ânimo. Mas é a colina, substância que protege a membrana das células cerebrais, que dá ao tofu o poder de acabar com o cansaço mental.
Quanto consumir: 1 fatia média / dia.
Dr. Luiz Carvalho - Nutrólogo e Nutricionista
Gabriela Zanatta Port - Nutricionista

Equilíbrio Emocional

Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) - Alimentação - Parte final.

09:50


OBSERVE A NUTRIÇÃO DO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL

A intervenção nutritiva pode ser especialmente útil nessa parte do cérebro. Durante anos recomendei uma dieta alta em proteínas e baixa em carboidratos, relativamente de pouca gordura para meus pacientes com DDA. Essa dieta tem um efeito estabilizador nos níveis de açúcar no sangue e ajuda tanto no nível de energia quanto na concentração. Infelizmente, a grande dieta norte-americana é cheia de carboidratos refinados, que tem um efeito negativo nos níveis de dopamina no cérebro e na concentração. Com ambos os pais trabalhando fora de casa, há menos tempo para preparar refeições saudáveis e refeições fast-food tornaram-se mais comuns. O café da manhã de hoje consiste tipicamente de alimentos que têm muitos carboidratos. Tortas, bolinhos, doces e cereais. A salsicha e os ovos foram deixados de lado em muitas casas, devido à falta de tempo e à idéia de que a gordura faz mal. Ainda que seja importante ser cuidadoso na ingestão de gordura, o café da manhã antigo não é uma idéia tão má para as pessoas que têm DDA ou outros estados onde a dopamina seja insuficiente.

As melhores fontes de proteína que eu recomendo são as carnes magras, ovos, queijos magros, nozes e legumes, que ficam mais equilibradas com uma porção saudável de vegetais. Um café da manhã ideal consiste de uma omelete com queijo magro e carne magra, como a de frango. Um almoço ideal consiste de atum, frango ou salada de peixe fresco, com legumes mistos. Um jantar ideal contém mais carboidratos, para equilibrar a refeição com carne magra e legumes. Eliminar açucares simples (como nos bolos, doces, sorvetes e guloseimas) e carboidratos simples, que são prontamente quebrados em açúcar (como pão, massa, arroz e batatas), terá um impacto positivo no nível de energia e aquisição de conhecimento. Essa dieta ajuda a elevar os níveis de dopamina no cérebro. É importante observar, no entanto, que essa dieta não é ideal para pessoas com problemas no cíngulo ou de concentração excessiva, que geralmente se originam de uma relativa deficiência de serotonina. Os níveis de serotonina aumenta, a dopamina tende a decrescer e vice-versa.

Suplementos nutritivos podem também surtir efeito positivo nos níveis de dopamina do cérebro e melhoram o foco e a energia. Eu freqüentemente faço meus pacientes tomar uma combinação de tirosina (500 a 1.500 miligramas duas ou três vezes ao dia); sementes de uva OPC (oligomeric procyanidius) ou casca de pinho, encontradas em lojas de produtos naturais (meio miligrama por quilo do peso do corpo); e gingko biloba (60 a120 miligramas duas vezes ao dia). Esses suplementos ajudam a aumentar o fluxo de dopamina e o fluxo sangüíneo no cérebro e muitos dos meus pacientes relatam que eles ajudam na energia, na concentração e no controle de impulso. Se quiser tentar esses suplementos, fale com seu médico.

TENTE O FOCO MOZART

Um estudo controlado descobriu que ouvir Mozart ajudava crianças com DDA. Rosalie Rebollo Pratt e colegas estudaram 19 crianças com DDA, entre os sete e dezessete anos. Eles tocavam discos de Mozart para as crianças, três vezes por semana, durante sessões de biofeedback de ondas cerebrais. Eles colocavam o 100 Masterpieces , volume 3, que incluía o Concerto para Piano n.º 21 em dó, O Casamento de Fígaro , o Concerto para Flauta n.º 2 em lá, Don Giovanni e outros concertos e sonatas. O grupo que ouvia Mozart reduzia sua atividade de ondas cerebrais teta (ondas lentas que são freqüentemente excessivas no DDA) ao ritmo exato do compasso subjacente da música; e exibia melhora de concentração e controle de humor, diminuindo a impulsividade e aumentando a habilidade social. Entre os sujeitos que melhoraram, 70 por cento mantiveram essa melhora seis meses depois do fim do estudo e sem treinamento posterior. (Estas descobertas foram publicadas no International Journal of Arts Medicine, 1995.)

Do livro: Transforme seu cérebro, transforme sua vida.
Daniel G. Amen, M.D. - Editora Mercuryo

Equilíbrio Emocional

Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) - Faça o teste - Parte 4

08:52


Desorganização

Desorganização é outro marco importante do DDA. A desorganização inclui tanto o espaço físico, como salas, escrivaninhas, malas, gabinetes de arquivo e armários, quanto o tempo. Frequentemente quando se olha para as áreas de trabalho de pessoas com DDA, é admirar que possam trabalhar ali. Elas tendem a ter muitas pilhas de "coisas"; a papelada é algo que freqüentemente elas têm muita dificuldade de organizar; e parece que têm um sistema de arquivo que só elas podem entender (e mesmo assim só nos dias bons). Muitas pessoas com DDA têm atrasos crônicos ou adiam as coisas até o último momento. Eu tive vários pacientes que compraram sirenes de companhias de segurança para ajudá-los a acordar. Imagine o que deviam pensar os vizinhos! Essas pessoas também tendem a perder a noção do tempo, o que contribui para que se atrasem.

Começam muitos projetos, mas terminam poucos

A energia e o entusiasmo de pessoas com DDA muitas vezes as leva a começar muitos projetos. Infelizmente, pelo fato de serem distraídas e dado o seu pequeno âmbito de atenção, prejudicam sua capacidade de completá-los. Um gerente de uma estação de rádio me disse que ele começara cerca de 30 projetos especiais no ano anterior, mas havia completado uns poucos apenas. Ele me disse: "Estou sempre voltando para eles, mas tenho novas idéias que acabam atrapalhando". Também tratei de um professor que me disse que, no ano anterior ao que veio me consultar, ele começara 300 projetos diferentes. Sua esposa terminou seu pensamento dizendo que ele completara somente três.

Mau humor e pensamento negativo

Muitas pessoas com DDA tendem a ser mal-humoradas, irritadiças e negativas. Como o córtex pré-frontal está pouco ativo, ele não pode moderar totalmente o sistema límbico, que fica hiperativo, levando a problemas no controle do humor. De outro modo sutil, como já mencionado, muitas pessoas com DDA preocupam-se com ou ficam superconcentradas em pensamentos negativos, como uma forma de auto-estimulação. Se não conseguem arrumar confusão com os outros no meio ambiente, buscam isso dentro de si mesmas. Elas freqüentemente têm uma atitude do tipo "o mundo está acabando", o que as distancia dos outros.

Antes o DDA era considerado um distúrbio de garotos hiperativos que o superariam antes da puberdade. Sabemos agora que a maioria das pessoas que têm DDA não supera os sintomas do distúrbio e que este, freqüentemente, ocorre em meninas e mulheres. Calcula-se que o DDA afete 17 milhões somente nos Estados Unidos.

LISTA DE CHECAGEM DO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL

Aqui está uma lista de checagem do córtex pré-frontal. Por favor, leia essa lista de comportamentos e avalie-se (ou à pessoas que você estiver avaliando) em cada comportamento catalogado. Use a escala e coloque o número apropriado ao lado do item. Cinco ou mais sintomas com a nota 3 ou 4 indicam grande probabilidade de problemas no córtex pré-frontal.

0 = nunca

1 = raramente

2 = ocasionalmente

3 = freqüentemente

4 = muito freqüentemente

___1. Incapacidade de prestar atenção a detalhes ou evitar erros por falta de cuidado

___2. Problema em manter a atenção em situações de rotina (dever de casa, tarefas, papelada, etc.)

___3. Dificuldade em ouvir

___4. Incapacidade de terminar coisas, seguimento insuficiente

___5. Falha na organização de tempo e espaço

___6. Distração

___7. Pouca habilidade de planejamento

___8. Falta de objetivos definidos ou de pensar no futuro

___9. Dificuldade em expressar os sentimentos

___10. Dificuldade em expressar solidariedade pelos outros

___11. Excessivo sonhar acordado

___12. Tédio

___13. Apatia ou falta de motivação

___14. Letargia

___15. Sentimento de vazio de estar "em uma neblina"

___16. Desassossego ou dificuldade de ficar parado

___17. Dificuldade de permanecer sentado em situações em que se espera que a pessoa fique sentada

___18. Busca de conflito

___19. Falar demais ou de menos

___20. Dar rápido a resposta, antes de as perguntas terem sido completadas

___21. Dificuldade em esperar sua vez

___22. Interrupção dos outros ou intromissão (por exemplo: meter-se em conversas ou jogos)

___23. Impulsividade (dizer ou fazer coisas sem pensar antes)

___24. Dificuldade de aprender pela experiência, tendência para cometer erros repetitivos

NÃO SEJA O ESTIMULANTE DE OUTRA PESSOA

Como eu já mencionei, muitas pessoas com problemas no córtex pré-frontal tendem a procurar conflito para estimular seu cérebro. É de máxima importância que você não alimente a tormenta, mas, pelo contrário, deixe-a passar fome. Quanto mais alguém com esse padrão inadvertidamente tenta deixá-lo aborrecido ou bravo, mais você precisa ficar quieto, calmo e firme. Eu ensino os pais de filhos com DDA a deixar de gritar. Quanto mais eles gritam e aumentam a intensidade emocional na família, mais as crianças vão procurar confusão. Eu também ensino irmãos e cônjuges a manter a voz baixa e uma conduta calma. Quanto mais a pessoa com DDA tentar tumultuar a situação, menos intensa deve ser a reação do outro.

É fascinante mostrar como essas receitas funcionam. Em geral, as pessoas que buscam conflitos estão acostumadas a conseguir que você se aborreça. Elas conhecem perfeitamente todos os seus pontos emocionais frágeis, e os cutucam com regularidade. Quando você começa a negar-lhes o drama e a adrenalina (reagindo menos e de modo mais calmo em situações de estresse), essas pessoas inicialmente reagem muito negativamente, quase como se estivessem com uma crise de abstinência de droga. Na verdade, quando você fica mais calmo pela primeira vez, elas podem até tentar piorar as coisas, a curto prazo. Mantenha-se firme e elas vão melhorar a longo prazo.
Não grite.
Quanto mais a voz dela aumenta, mais sua voz deve diminuir.
Se você sente a situação começar a sair do controle, dê um tempo. Dizer que você precisa ir ao banheiro pode ser uma boa receita. Provavelmente a pessoa não vai tentar impedi-lo. Pode ser uma boa idéia Ter um livro grosso em mãos, caso a pessoa esteja realmente transtornada e você precise se afastar por um longo período.
Use de humor (mas não humor sarcástico ou bravo) para apaziguar a situação.
Seja um bom ouvinte.
Diga que você quer entender e trabalhar a situação, mas só pode fazer isso quando as coisas estiverem tranqüilas.

NUTRIÇÃO DO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL... Continua...

Equilíbrio Emocional

Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) - Impulsividade - Parte 3

12:52


Impulsividade

A falta de controle do impulso faz com que muitas pessoas que têm DDA se metam em enrascadas. Elas podem dizer coisas inadequadas para os pais, amigos, professores, outros empregados, ou clientes. Uma vez eu tive um paciente que foi despedido de 13 empregos, porque tinha dificuldade em controlar o que dizia. Ainda que realmente quisesse manter vários dos empregos, de repente punha para fora o que estava pensando, antes de ter a oportunidade de processar o pensamento. Decisões mal pensadas são ligados à impulsividade. Em vez de pensar bem no problema, muitas pessoas que sofrem de DDA querem uma solução imediata e acabam agindo sem pensar. De modo similar, a impulsividade faz com que essas pessoas tenham dificuldade de passar pelos canais estabelecidos do trabalho. Elas freqüentemente vão direto ao topo para resolver os problemas, em vez de seguir o sistema. Isso pode causar ressentimento dos colegas e supervisores imediatos. A impulsividade pode também levar a condutas problemáticas como mentir (diz a primeira coisa que vem a cabeça), roubar, ter casos e gastar em excesso. Eu tratei de muitas pessoas com DDA que sofriam da vergonha e da culpa oriundas desses comportamentos.

Nas minhas palestras costumo freqüentemente perguntar ao público: "Quantas pessoas aqui são casadas?". Uma grande porcentagem da platéia levanta as mãos. Depois eu pergunto: "É útil dizer tudo o que pensa em seu casamento?". O público ri, porque todos sabem a resposta. "Claro que não", eu continuo. "Os relacionamentos requerem tato." Mesmo assim, devido à impulsividade e à falta de pensar antes de agir, muitas pessoas que têm DDA dizem a primeira coisa que vem à mente. E, em vez de pedir desculpas por terem dito uma coisa que magoou, muitas tentam justificar por que fizeram a observação que magoou, só piorando as coisas. Um comentário impulsivo pode estragar uma noite agradável, um fim de semana, ou mesmo um casamento inteiro."

A busca do conflito

Muitas pessoas que sofrem de DDA inconscientemente buscam o conflito como uma maneira de estimular seu próprio córtex pré-frontal. Eles não sabem que fazem isso. Não planejaram fazer isso. Negam que fazem isso. E ainda assim o fazem. A relativa falta de atividade e estímulo do córtex pré-frontal anseia por mais atividade. Entrar em hiperatividade, desassossego, e ficar cantarolando são formas de auto-estimulação. Outro modo de as pessoas com DDA "tentarem ligar seus cérebros" é provocando confusão. Se elas conseguem que seus pais ou cônjuges tornem-se agitados ou gritem com elas, isso pode aumentar a atividade de seus lobos frontais e ajudá-las a sentirem-se mais sintonizadas. Novamente este não é um fenômeno consciente. Mas parece que muitas pessoas que têm DDA ficam viciadas em confusão.

Uma vez tratei de um homem que ficava quieto atrás de um canto de sua casa e pulava de repente para assustar sua esposa na hora em que ela fosse entrar. Ele gostava da mudança que obtinha com os gritos dela. Infelizmente para sua esposa, ela ficou com arritmia, devido aos sustos repetidos. Tratei de muitos adultos e crianças com DDA que pareciam sentir-se motivados fazendo seus animais de estimação ficar bravos, fazendo brincadeiras irritantes ou provocando-os.

Os pais de crianças com DDA comumente relatam que seus filhos são peritos em deixá-los bravos. Uma mãe me contou que, quando ela acorda de manhã, ela promete que não vai gritar nem ficar brava com seu filho de oito anos. Ainda assim, invariavelmente, na hora que ele vai para escola, já ouve pelo menos três brigas e os dois se sentem péssimos. Quando expliquei à mãe sobre a necessidade inconsciente que a criança tem de estimulação, ela parou de gritar com ele. Quando os pais param de oferecer estimulação negativa (gritos, surras, sermões, etc), diminui o comportamento negativo dessas crianças. Sempre que você se sentir como esses pais, pare e fale o mais suavemente que possa. Desse modo, você está ajudando seu filho a largar o vício de arranjar confusão e ao mesmo tempo colaborando para baixar sua própria pressão sangüínea.

Outra conduta de auto-estimulação comum em pessoas que têm DDA é se preocupar com ou se concentrar em problemas. O tumulto emocional gerado pela preocupação ou por estar aborrecido produz agentes químicos de estresse, que mantêm o cérebro ativo. Uma vez tratei de uma mulher que tinha depressão e DDA. Ela começava cada sessão me dizendo que iria se matar. Ela percebia que isso me deixava ansioso e parecia gostar de me dar os detalhes mórbidos de como o faria. Depois de conhecê-la bem, eu lhe disse: "Pare de falar em suicídio. Eu não acredito que você vá se matar. Você ama seus quatro filhos e não posso acreditar que os abandonaria. Acho que você usa essa conversa como uma maneira de criar agitação. Sem que você saiba, seu DDA faz com que você brinque de ‘Vamos criar um problema’. Isso estraga qualquer alegria que você possa Ter em sua vida". No começo, ela ficou muito zangada comigo (outra fonte de conflito, eu disse a ela), mas confiava em mim o suficiente para, no mínimo, observar seu próprio comportamento. Diminuir sua necessidade de criar caso tornou-se o foco maior da psicoterapia.

Um problema significativo do uso da raiva, tumulto emocional e emoção negativa para auto-estimulação é isso que é danoso ao sistema imunológico. Os altos níveis de adrenalina produzidos pelo comportamento direcionado ao conflito diminuem a eficácia do sistema imunológico e aumentam a vulnerabilidade à doença. Eu vi provas dessa deficiência muitas e muitas vezes, na conexão entre o DDA e infeções crônicas e na maior incidência de fibromialgia, dor muscular crônica que se considera associada à imunodeficiência.

Muitas pessoas que têm DDA tendem a se meter em brigas constantes com uma ou mais pessoas, em casa, no trabalho ou na escola. Elas parecem escolher inconscientemente pessoas que são vulneráveis e travam batalhas verbais com elas. Muitas mães de filhos com DDA me disseram que tinham vontade de fugir de casa. Elas não agüentavam o tumulto constante de suas relações com as crianças com DDA. Muitas crianças e adultos com DDA têm tendência de deixar os outros sem graça por pouca ou nenhuma razão, o que conseqüentemente faz com que suas "vítimas" se distanciem deles e isso pode resultar em isolamento social. Elas podem ser os palhaços da classe na escola, ou os espertinhos no trabalho. Witzelsucht é o termo que a literatura da neuropsiquiatria usa para caracterizar "o vício em fazer brincadeiras de mau gosto". Esse vício foi descrito inicialmente em pacientes que tinham tumores no lobo frontal, especialmente do lado direito.

Desorganização...Continua
Daniel G. Amen, M.D.

Equilíbrio Emocional

Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) - Foco - Parte 2

12:34


Pequeno âmbito de atenção

Um âmbito de atenção pequeno é a identificação desse distúrbio. Pessoas que sofrem de DDA têm dificuldade de manter a atenção e o esforço durante períodos de tempo prolongados. Sua atenção tende a vagar e freqüentemente se desligam da tarefa, pensando ou fazendo coisas diferentes da tarefa a ser realizada. Ainda assim, uma das coisas que muitas vezes enganam clínicos inexperientes ao tratar desse distúrbio é que as pessoas com DDA não têm um âmbito pequeno de atenção para tudo. Freqüentemente, pessoas que sofrem de DDA conseguem prestar muita atenção em coisas que são bonitas, novas, novidades, coisas altamente estimulantes, interessantes ou assustadoras. Essas coisas oferecem uma estimulação intrínseca suficiente a ponto de ativarem o córtex pré-frontal, de modo que a pessoa consiga focalizar e se concentrar. Uma criança com DDA pode se sair muito bem em uma situação interpessoal e desmoronar completamente em uma sala de aula com 30 crianças. Meu filho que tem DDA, por exemplo, costumava levar quatro horas para fazer um dever de casa que levaria meia hora, muitas vezes se desligando da tarefa. Mas se você lhe der uma revista sobre estéreo de carros, ele a lê rapidamente de cabo a rabo e se lembra de cada detalhe. Pessoas com DDA têm dificuldade em prestar atenção por muito tempo em assuntos longos, comuns, rotineiros e cotidianos, como lição de casa, trabalho de casa, tarefas simples ou papelada. O terreno é terrível e uma opção nada desejável para elas. Elas precisam de excitação e interesse para acionar suas funções do córtex pré-frontal.

Muitos casais adultos me dizem que, no começo de seu relacionamento, o parceiro com DDA adulto conseguia prestar atenção à outra pessoa durante horas. O estímulo de um novo amor ajudava-o a se concentrar. Mas quando a "novidade" e a excitação do relacionamento começavam a diminuir (como acontece com quase todos os relacionamentos), a pessoa com DDA tinha muito mais dificuldade em prestar atenção e sua capacidade de escutar falhava.

Distração

Como já mencionei acima, o córtex pré-frontal manda sinais inibitórios para outras áreas do cérebro, sossegando os dados advindos do meio, de modo que você possa se concentrar. Quando o córtex pré-frontal está com hipoatividade, ele não desencoraja adequadamente as partes sensoriais do cérebro e, como resultado, estímulos em demasia bombardeiam o cérebro. A distração fica evidente em muitos locais diferentes para uma pessoa com DDA. Na classe, durante reuniões, ou enquanto ouve um parceiro, a pessoa com DDA tende a perceber outras coisas que estão acontecendo e tem dificuldade em se concentrar na questão que está sendo tratada. As pessoas que têm DDA tendem a olhar pelo quarto, desligar-se, parecer aborrecidas, esquecer-se de para onde vai a conversa e interrompê-la com uma informação totalmente fora do assunto. A distração e o pequeno âmbito de atenção podem também fazer com que elas levem muito mais tempo para completar seu trabalho.

Impulsividade...Continua...

Equilíbrio Emocional

Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA)

10:21


O DDA ocorre como resultado de uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal. Quando pessoas que têm DDA tentam se concentrar, a atividade do córtex pré-frontal diminui, ao invés de aumentar (como nos sujeitos do grupo de controle de cérebros normais). Assim sendo, pessoas que sofrem de DDA mostram muitos dos sintomas discutidos nesse capítulo, como fraca supervisão interna, pequeno âmbito de atenção, distração, desorganização, hiperatividade (apesar de que só metade das pessoas com DDA sejam hiperativas), problemas de controle de impulso, dificuldade de aprender com erros passados, falta de previsão e adiamento. 

O DDA tem sido de particular interesse para mim nos últimos 15 anos. A propósito, dois dos meus três filhos têm essa síndrome. Eu digo às pessoas que entendo mais de DDA do que gostaria. Através de uma pesquisa feita com SPECT na minha clínica, com imagens cerebrais e trabalho genético feito por outras, descobrimos que o DDA é basicamente uma disfunção geneticamente herdada do córtex pré-frontal, devido, em parte, a uma deficiência do neurotransmissor dopamina. 

Aqui estão algumas das características comuns do DDA, que claramente ligam essa doença ao córtex pré-frontal. 

Quanto mais você tenta, pior fica 

A pesquisa mostrou que quanto mais as pessoas que têm DDA tentam se concentrar, pior para elas. A atividade no córtex pré-frontal, na verdade, desliga, ao invés de ligar. Quando um pai, professor, supervisor ou gerente põe mais pressão na pessoa que tem DDA, para que ela melhore seu desempenho, ela se torna menos eficiente. Muitas vezes, quando isso acontece, o pai, o professor ou chefe interpretam o ocorrido como um decréscimo de performance, ou má conduta proposital, e daí surgem problemas sérios. Um homem com DDA de quem eu tratei disse-me que sempre que seu chefe o pressionava para que fizesse um trabalho melhor, seu desempenho piorava muito, ainda que estivesse tentando melhorar. A verdade é que quase todos nós nos saímos melhor com elogios. Eu descobri que isso é essencial para pessoas com DDA. Quando o chefe as estimula a fazer melhor de modo positivo, elas se tornam mais produtiva. Quando se é pai, professor ou supervisor de alguém com DDA, funciona muito mais usar elogio e estímulo do que pressão. Pessoas com DDA saem-se melhor em ambientes que sejam altamente interessantes ou estimulantes e relativamente tranqüilos.

Esse texto foi retirado do livro: Transforme seu cérebro, transforme sua vida - Daniel G. Amen, M.D.


Como conheço o funcionamento cerebral das pessoas com DDA, sei que não iriam ler o texto completo num único dia, por isso postarei pouco a pouco, durante 5 dias. Leiam, garanto que os ajudará a se compreender mais.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Autodesenvolvimento

Amor ou Apego

09:48


“Quando um(a) namorado(a) nos abandona, um parente próximo morre ou perdemos uma grande soma de dinheiro, nossa vida desmorona. Sem o status ou aquela pessoa querida, parece que nada mais tem importância. Mas, diferentemente do que costumamos pensar, essa sensação que nos aflige nada tem a ver com amor, e sim com apego.” 

Você já viveu alguma dessas situações e se sentiu perdido, vazio, impotente? A partir dessa indagação, Jaime Jaramillo escreveu seu livro EU TE AMO MAS SOU FELIZ SEM VOCÊ, onde trata da necessidade de reconhecer onde reside o amor, e onde reside o apego em nossas vidas relacionais - com pessoas, objetos ou situações. A idéia que defende é de que o verdadeiro amor é uma arte divina e libertadora, enquanto o apego um carcereiro que aprisiona e faz sofrer, e aponta que a solução real para poder viver feliz é viver sem apegos, e que essa solução não encontra-se ao lado de fora e não depende de nada nem de ninguém. Ao contrário, está dentro de cada ser humano. 

O engenheiro Jaramillo (que bem poderia ser psicólogo), ao longo de sua vida conheceu e trabalhou com milhares de pessoas pelo mundo afora, como bem diz, desde os mais santos e iluminados, até os criminosos mais desapiedados, e ficou impressionado ao ver que, mesmo provindo de diferentes raças, culturas, religiões e classes sociais, a maioria das pessoas está cheia de medos, temores e apegos, com o sofrimento permanentemente presente em suas vidas. Para o autor, o amor é um sentimento que não cria obrigações nem expectativas, ao contrário do apego. O amor liberta do apego, e assim a pessoa pode experimentar o mundo através da liberdade, sem depender de nada nem de ninguém para ser feliz, embora possa continuar amando e sendo amado. Produz, ainda, o raciocínio que permite ao leitor criticar e refletir sobre como passa a vida procurando a felicidade fora de si, e que por isso, quando o objeto eleito como o eliciador da felicidade desaparece, advém o grande vazio interior, como se na vida, nada mais fizesse sentido. A sensação, neste momento, é de que a pessoa já não se basta para ser feliz. 

Apresenta também, no livro, algumas técnicas que permitem, além da crítica, exercícios reflexivos que podem conduzir à produção de um novo estilo de viver e pensar a vida, amando sem precisar depender ou aprisionar. Resolvi apresentar esse livro por tê-lo lido e julgado mais que pertinente para uma grande quantidade de pessoas que sofrem. O livro também serve para os que ainda não sofreram, como um profilatico excelente e preventido importante para um incremento em termos de qualidade de vida. 

Roberte Metring