Relação dos Complexos e Paixões
07:42Você já se apaixonou “loucamente”? Se começou a ler este texto provavelmente sim. Que loucuras já fez por esta pessoa? Vamos considerar “loucura” aquelas ações que teve, as quais não teve controle. Talvez até tenha tentado se conter, mas, rapidamente perdeu para Si Mesmo e desde este apaixonamento começou a ter atitudes incompatíveis com o habitual.
Vamos compreender o que aconteceu na sua Psique?
A paixão é resultado de um afeto. Afeto são mudanças que interferem na nossa dinâmica psíquica e energia vital. Quando somos “afetados” por situações que ainda não estamos conscientes, os afetos nos possuem. Pode ser uma “possessão” leve, o que seria “normal”, mesmo não administrável. Normal no sentido de não me fazer correr riscos que poderiam afetar a própria manutenção da Vida, então essa paixão pode evoluir naturalmente para um estado de Amor. Ou, poderia ser uma “possessão” do tipo “estar com o diabo no corpo”, estar outra pessoa, cometer atos totalmente insanos condenando a própria existência como por exemplo: gastar tudo que tem com a pessoa, para ir vê-la em outra cidade ou país, dar seu dinheiro a pessoa ficando sem nada para pagar seu lugar de segurança como casa, local de trabalho ou até a própria alimentação (dar porque o outro pediu emprestado, dar porque você gastou tudo em roupas para impressionar, dar porque você gastou tudo com presentes para satisfazer essa pessoa); dirigir em alta velocidade para poder estar com essa pessoa ou por alguma sensação ou fofoca para saber se essa pessoa está te traindo; forjar uma situação com alguma mentira da qual se desmascarada poderia perder a credibilidade e talvez amigos, trabalho, coisas já construídas; não conseguir parar de pensar na pessoa, na relação, principalmente se há uma crise, não conseguindo realizar mais nada exceto pensar e tentar formas de manter a pessoa, sem se preocupar se ela te ama, se quer estar com você, se será uma relação saudável, se será feliz com ela.
Perceba que a condenação da existência não é só aquilo que possa fazer com que você machuque o corpo como na alta velocidade, mas também a alma, o que afetaria negativamente sua psique e logo te “presentearia" com uma patologia como uma depressão, pânico, ansiedade excessiva, até uma psicose, com muitos pensamentos suicidas e às vezes tentativas. Seria um pouco morrer estando vivo.
As possessões são denominadas “Complexos”. Complexo é uma estrutura psíquica dotada de forte carga afetiva que liga entre si representações, pensamentos, lembranças. Seu núcleo é um arquétipo, que numa terapia seria meio caminho andado para a resolução da possessão, saber que arquétipo é o central. E são os “afetos” que disparam os Complexos. Complexos são inconscientes, você não sabe o que tem no seu inconsciente que faz com que ao estar “Complexado” aja de forma a não se reconhecer. São conteúdos que estavam em você, mas que ainda não tinha tido o prazer ou desprazer de cumprimentar.
Falamos tanto em inconsciente, mas o que é ele que parece tão maléfico, como se fosse um Ser, um lugar perturbador? Não é. O inconsciente não ocupa um espaço em nós, embora se pronuncie no corpo, é um estado, um estado de desconhecimento do que nos afeta. É aquilo que ainda Não Sou, mas Sou porque me influencia e não posso fazer nada porque não o vejo, assim como um fantasma, uma assombração. Só que no inconsciente também se encontra tudo de Positivo, Magnífico, Divino que poderei Ser, portanto não é um "lugar" de Medo, mas de visitação obrigatória, sendo mais seguro quando "aceito" conscientemente o passeio.
Tudo que estou consciente Eu Sou e posso controlar. Tudo que estou inconsciente Não Sou, e é o que tira a liberdade do Eu Sou, e quando o Complexo invade, a consciência é esmagada e perde o seu Poder. Embora nunca total, e é por essa sobra de consciência, mesmo algemada, mas viva, que começamos a trabalhar para resolver, desnudando o Complexo, que é de natureza muito profunda, quase um deus em nós. Por isso que mesmo querendo não conseguimos facilmente vencer os ímpetos desse tipo de Paixão Invasora.
Se aquilo que porventura chamamos de Amor, for uma dessas paixões, você vai constantemente estar perdendo a cabeça e sempre terá um único resultado: sofrimento (estando juntos ou separados). E não é a separação que resolve, pois pode ser que o Complexo apenas perca força e volte para o estado onde não é visto. Mas acredite, um dia retorna e com mais força em outra relação. É a resolução dessa sombra, que resolve o Complexo e consequentemente a relação.
Quanto mais uma pessoa é inconsciente, mais ela se conforma com um modelo de comportamento psíquico. E quanto mais consciente, mais a sua individualidade é reconhecida, mais a pessoa se destaca, se diferencia e menos corresponde a expectativa comum da maioria. É uma pessoa imprevisível, interessante, misteriosa, rara, desejável. Portanto pense: que tipo de pessoa você é? Sabendo disso saberá como será o desenrolar, o fim ou a eternidade da relação, não perdendo nunca de vista que Amor só acontece na Consciência.
Luciana Sereniski
CRP 12/06912
4 comentários
Como sempre, certeira.
ResponderExcluirSaudades querida!!
ResponderExcluirVocê atende pelo Sc saude
ResponderExcluirOi Paty. Não. Não atendo nenhum convênio. Mas fico a disposição para mais informações pelo whatsapp. Bjs
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