Depressão na Mulher e a Crise de Identidade Feminina

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Existem estudos recentes que apontam que a depressão atinge mais as mulheres do que os homens.

Mulheres de todas as idades podem apresentar queixas de depressão e de uma forma mais frequente nos estudos e pesquisas aparecem mulheres casadas ou que vivem com um companheiro, apresentando alto índice de depressão e insatisfação com a vida.

Muitas destas mulheres apresentavam incapacidade de concentração, choro sem motivo, desânimo com a vida, desânimo com o trabalho e com os filhos, sono excessivo, não querer acordar, cansaço, dor no corpo, fadiga, pouca vitalidade e sentimento de infelicidade.

Apesar de um número aceitável relatar que tinham casamentos seguros, nível financeiro aceitável e apoio familiar, ainda assim, apresentavam essas queixas depressivas e diziam não ter uma razão específica para se sentir deprimida.

Uma Psicóloga americana chamada Betty Friedan escreveu um livro com essa pesquisa intitulada “The Feminine Mystique”, e neste livro relata que o problema da depressão nas mulheres parece estar além dos quesitos normalmente buscados numa pesquisa e sim de forma mais profunda, na essência da identidade feminina.

A autora percebeu que desde muito cedo  estas mulheres sofrem, e não por possuírem ou desenvolverem algum defeito orgânico, biológico ou hormonal, essas mulheres sofrem de forma emocional por uma crise de identidade.

As mulheres pesquisadas pela autora afirmaram que queriam encontrar realizações e felicidade como esposa, mãe em papéis femininos tradicionais, mas, por outro lado, a realidade impunha uma necessidade de gastarem suas energias e a empregarem em projetos individuais, e a mídia mostrava que isso as deixariam felizes e realizadas profissionalmente e independentes dos homens.

Esta duplicidade de posições, as conquistas de mercado e as responsabilidades advindas confrontavam com suas aspirações, esperanças e objetivos, confluindo em crises de identidade e de realização.

O que realizar? O que direcionar? Como se posicionar? Qual é a melhor alternativa? Existe melhor alternativa? Como fica minha personalidade?

Realizar tudo ao mesmo tempo torna uma servidora (do lar, do trabalho, dos filhos, da sociedade) e, o quanto disso é realmente o que ela almejava? É isso tudo que eu quero da vida?

Em alguns países como na Índia, a tradição da mulher feminina, mãe, mulher e serva é ditada independentemente das diferenças sociais, religiosas, casta e localização geográfica.

No mundo ocidental, os papéis estão mais abertos e não existe uma norma ou regra, a mulher é livre para se dedicar e colocar suas metas a serem alcançadas para sua felicidade.

As vantagens da vida moderna, as possibilidades de ascensão e a competição são as marcas que impulsionam estas pessoas em seus comportamentos e objetivos.

Para muitas mulheres, uma carreira profissional é o que lhes confere um sentimento de estar e de ter um propósito – é dessa forma que percebe uma identidade enriquecedora.

Não é fácil dizer que este objetivo vai atender todas as mulheres, mas uma coisa que pode ser generalizada é que estas enxergam a oportunidade como uma conquista para torná-las mais felizes, relata a autora.

Não encontrar ou não obter o máximo de atendimento a estas oportunidades, se ver perdida entre muitos afazeres, perceber que suas escolhas as deixaram mais longe destes objetivos faz com que se sintam menos valorizadas, mais distanciadas de si, sufocando sua personalidade e entrando em crise de identidade.

Já um ambiente que propicie condições para as mulheres como donas de casa, mãe e esposa, pode igualmente ser tão limitante que em curto prazo de tempo irá sufocar suas pretensões, abafar suas motivações e de forma talvez até mais prejudicial dar origem a crises depressivas e desvalorização da autoestima.

Segundo pesquisa de Betty Friedan - The Feminine  Mystique

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