Ciúmes e baixa Autoestima

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A principal característica da pessoa que desenvolve o ciúme é a baixa autoestima, pois existe uma relação direta entre a insegurança e a capacidade de enxergar e se apropriar de suas qualidades e se garantir no relacionamento, sabendo que tem o que oferecer e que pode se sentir satisfeita nesta relação. Para uma maior compreensão da problemática gostaria de apresentar algumas definições à respeito da autoestima.

Conforme Amorim (2003), a autoestima é entendida como o sentimento que a pessoa tem em relação a si mesma, podendo variar de intensidade (baixa autoestima, ou elevada autoestima ) e para que alguém se sinta feliz, muitos fatores podem ser considerados como pilares. Uma certa unanimidade deve haver em temas como saúde, realização profissional, experiências afetivas prazerosas e positivas. E uma das condições para se alcançar o sentimento, de satisfação consigo mesmo e com a vida em geral é a autoestima.

Conforme Dorsch (apud, Capitão,2003), o rebaixamento da autoestima se expressa por sentimentos de desvalia, de vergonha, de inadequação e por constante sensação de inferioridade.

Para Vanim (2003), as qualidades como a confiança em seu próprio potencial mental, habilidade de pensar agir, lidar com os desafios da vida e a consciência do seu valor, dignidade e o direito de ser bem sucedido é o conceito de autoestima. A expressão no rosto, o jeito de se mover, de falar, andar, demostrar seu prazer de existir descreve a fisiologia da autoestima.

Já segundo Braga (2003), a autoestima é formada pela autoimagem (imagem que cada pessoa tem de si mesma), somada ao autoconceito (quem e o que achamos que somos, que é desenvolvido a partir de estímulos e informações que recebe do seu ciclo social. Conceitos enaltecedores ou pejorativos são atribuídos aos indivíduos pela sociedade e dependendo dos papéis que executam estes valores refletem de maneira muito significativa.

Branden (2002), descreve que a baixa autoestima correlaciona-se com a irracionalidade, rigidez, cegueira diante da realidade, conformismo ou rebeldia imprópria, medo do novo e não familiar, postura defensiva, comportamento por demais submisso ou supercontrolado. A baixa autoestima busca a segurança do que é conhecido e pouco exigente. A autoestima saudável (elevada autoestima, ainda segundo o autor correlaciona-se com racionalismo, intuição, realismo, independência, criatividade, flexibilidade, habilidade para lidar com mudanças. Quanto mais sólida for nossa autoestima, mais rápido conseguiremos nos erguer depois de um tombo e mais preparado estaremos para lidar com os problemas que surgem em nossa vida pessoal e profissional).

De acordo com Amorim (2003, Apud Branden, 1982), afirma que o cerne do julgamento que fazemos sobre nós mesmos é a autoestima e que nenhum outro juízo é mais importante do que a autoavaliação, e muito do nosso êxito ou fracasso dependerá, diretamente, da nossa autoestima, pois a autoestima tem uma dimensão de sentir-se merecedor e também de ser competente. Ter a autoestima elevada é sentir-se merecedor da felicidade, acolher com suavidade as adversidades da vida e receber críticas com atitude reflexiva, ou seja, a autoestima é o sistema imune da consciência.

Para Cunha (2003), autoestima é como a pessoa se sente em relação a si mesma, é um sentimento de amor próprio e respeito pela sua pessoa. A autoestima é a mola que nos impulsiona para o êxito ou para o fracasso, toda pessoa tem necessidades psicológicas de se sentir amada e valorizada e o bem-estar emocional não depende somente do ser amada, mas do sentir-se amada.

Segundo Harter (1990, apud, Bee 1997), o indivíduo lá pelo final da adolescência, entre os 19 ou 20 anos possui uma ideia bastante mais positiva de sua "autovalia" global do que possuía aos 8 ou 11 anos. No início da adolescência, uma breve queda na autoestima, parece estar associada não tanto à idade, mas à mudança de escola (ou dos graus numa mesma escola) ao mesmo tempo em que se dão as variações da puberdade. Um estudo recente, realizado por Harter, mostra que o conceito de si passa a ser diferenciado cada vez mais na adolescência, na medida em que o jovem começa a ver a si mesmo de modo diferenciado em cada um dentre vários papéis: como estudante, com os amigos, com os pais, e em relações amorosas.

Conforme Branden (1982), a autoestima tem dois aspectos psicológicos inter-relacionados como fenômeno psicológico: uma sensação de eficiência pessoal e uma sensação de valor pessoal. A soma integrada de autoconfiança e autorrespeito, é a experiência de que somos adequados para a vida e para suas exigências.

Após uma auto avaliação, partindo dessas definições, para saber como anda seu grau de autoestima, quero relacionar algumas atitudes que pode ajuda-la a aumentar sua autoestima, assim como melhorar sua relação afetiva, lidando de forma mais equilibrada com um possível ciúmes que possa estar passando do limite e trazendo insatisfação e insegurança para ambos.

- Admitir que não está conseguindo ter controle sobre suas emoções,
- Manter o diálogo sempre presente na relação,
- Ter a capacidade de se colocar no lugar do outro,
- Respeitar os sentimentos e as diferenças do outro,
- Ter a confiança como base de um relacionamento,
- Reconhecer e admitir as suas qualidades e perceber que se elas não fossem encantadoras, o outro não teria motivos para estar com você,
- Evite fazer filmes. Quem é ciumento tem a tendência de deturpar a realidade, ou seja, um pequeno gesto ou palavra é o suficiente para despertar os ciúmes mais loucos o que, por sua vez, desencadeia um verdadeiro “filme” na cabeça,
- Aprenda com o passado. Fazemos e reconhecemos os erros do passado para não voltar a cometê-los, nem no presente, nem no futuro,
- Segunda opinião. Procure um amigo(a) para desabafar as suas inseguranças e preocupações. É sempre bom ter a opinião de uma pessoa de fora, que seja confiável,
- Dê atenção à relação consigo mesma. Quem estiver obcecada em seguir cada passo e palavra do seu parceiro dificilmente terá tempo ou paciência para dedicar à relação consigo mesmo,
- Buscar ajuda, quando o ciúmes trouxer muito sofrimento e o relacionamento pouco prazer, geralmente uma ajuda profissional.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

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