Equilíbrio Emocional

Ansiedade - Formas de Controle

16:41


Todos nós conhecemos de alguma forma essa emoção, frequentemente referida como “nervosismo”. Talvez mais do que qualquer outra emoção, a ansiedade é caracterizada por um conjunto de sintomas físicos: o coração acelerado, os músculos tensos, às vezes com dores e tremores, falta de fôlego, suor excessivo, entre outros. Esses componentes fisiológicos é o que faz com que as pessoas frequentemente pensem ser um problema orgânico, sendo que os exames médicos não indicam alterações significativas.

A ansiedade é uma resposta biológica normal, concebida pela natureza para ajudar o organismo. É uma resposta ao perigo preparando o indivíduo para a ação, permitindo que suas respostas sejam: atacar ou fugir. Em ambas as respostas a ansiedade permite que a pessoa sobreviva. Todos nós nos confrontamos com situações que nos deixam ansiosos: um estudante antes do exame, um executivo antes de uma importante reunião, uma pessoas tímida antes de uma festa, etc. A ansiedade ajuda a fazer frente aos desafios, porque lhes permite estar alerta e responder rapidamente às situações.

No entanto, pode acontecer também que a pessoa experimente níveis de ansiedade desproporcionais face às ameaças reais que enfrenta em seu cotidiano, ou seja, que se sinta demasiado ansioso e durante muito tempo. Nesses casos a ansiedade se torna disfuncional, e em vez de preparar a pessoa para a ação passa a prejudicar essa mesma ação. Nesses casos se torna importante lidar de outras formas com essa ansiedade.

A ansiedade pode ser separada em duas etapas. Primeiro, aparece um conjunto de pensamentos assustadores. Exemplo: Um estudante que antes do exame é assolado por pensamentos de: preciso saber tudo; não vou conseguir; isso vai demonstrar que sou uma porcaria como estudante, e que provavelmente nunca vou conseguir acabar um curso; e depois não vou conseguir arrumar um emprego, provavelmente passarei a vida dependendo dos meus pais; por isso sou um fracasso total. Não é de se estranhar que comece a se sentir ansioso e na segunda etapa comece a aparecer as consequências fisiológicas(aumento do ritmo cardíaco, do ritmo respiratório, aumento da tensão muscular; e as consequências emocionais(criação de um estado de alerta, sentimentos subjetivos de desconforto, ...)

Portanto se torna necessário lidar com essa ansiedade, ao invés de simplesmente deixar passar. Segue-se algumas sugestões, mas é importante levar em conta que a implementação dessas sugestões não é garantia total de que a ansiedade desaparecerá como um passe de mágica, já que o tratamento para ansiedade é específico para cada caso e pessoa. As sugestões são um ponto de partida para começar a abordar o problema.

1 – Alterar hábitos de vida – Se é verdade que não é possível nem desejável esvaziar a vida cotidiana de toda a ansiedade que ela comporta, é igualmente verdade que é benéfico reconsiderar os seus hábitos de forma a identificar as situações que lhe criam mais ansiedade e desenvolver estratégias para as tornar mais fácil.

Ex.1 - Engarrafamento, atraso do transporte público, são normalmente situações que criam ansiedade logo pela manhã. Quanto a eles não há nada a fazer, mas você poderá sair 15 min antes de casa e tolerá-los com mais tranquilidade

Ex. 2 – A falta de organização e planejamento são as causas mais frequentes de ansiedade no trabalho. Em cada dia estabeleça um programa de tarefas e prioridades, de forma a evitar esquecimentos e controlar melhor o seu trabalho.

Ex. 3 – Tente incorporar uma atividade de lazer a sua rotina diária(prática de um esporte, uma caminhada, o encontro com amigos, a prática de um hobby). Um oásis em meio ao stress permite recarregar baterias, ganhar perspectiva sobre as coisas e aumentar a motivação com que você encara cada novo dia).


2 – Pensamento realistas – A ansiedade é criada num primeiro momento, por um conjunto de pensamentos assustadores face a uma determinada situação. A redução dessa ansiedade passa por identificar esses pensamentos e analisa-los de forma objetiva. Algumas questões a considerar: até que ponto esses pensamentos são realistas? Qual a probabilidade dessas catástrofes que imagino se realizarem na prática? E se realizarem, o que significaria realmente? Como eu poderia lidar com isso? Responda as suas questões, sob a forma de pensamentos mais realistas. No exemplo do estudante seria: vou fazer render o máximo que sei; de qualquer forma, um exame é só um exame. 


3 – Confrontar a ansiedade nas suas manifestações físicas - Assim será possível eliminá-la, ou, pelo menos, reduzi-la a um nível que se torne fácil de gerir. A ideia é relaxar o corpo. Num corpo relaxado é difícil ter pensamentos ansiosos. Passarei técnicas de relaxamento na próxima postagem de artigos.

Da mesma forma que aprenderam a ficar ansiosas em determinadas situações, as pessoas podem aprender a relaxar nessas mesmas situações.

Para começar a lidar com sua ansiedade implemente essas sugestões. Caso não obtenha resultados desejados, busque o apoio de um profissional da psicologia para acompanha-lo.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912




Equilíbrio Emocional

Bipolaridade de acordo com o DSM

12:13


DSM - MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS. 

O que é?

O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos, na verdade, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem. Os transtornos afetivos não estão com sua classificação terminada. Provavelmente nos próximos anos surgirão novos subtipos de transtornos afetivos, melhorando a precisão dos diagnósticos. Por enquanto basta-nos compreender o que vem a ser o transtorno bipolar. Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerado uma perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação afetiva.
A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor. A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não recebe o mesmo tratamento do paciente bipolar.


Características

O início desse transtorno geralmente se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os profissionais da saúde retardando o diagnóstico da fase em atividade.


Tipos

Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. O tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Na prática observa-se muito mais uma tendência dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares que nunca fizeram fases depressivas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com depressão.


Fase maníaca

Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da autoestima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as ideias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma ideia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias.. O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios à conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. Envolvimento em atividades potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso. Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que não significa uma mudança de diagnóstico, mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece.


Fase depressiva

É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a autoestima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As ideias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também.

Exemplo de como um paciente se sente na fase maníaca

...Ele se sente bem, realmente bem..., na verdade quase invencível. Ele se sente como não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias sem dormir. Ele está cheio de ideias, planos, conquistas e se sentiria muito frustrado se a incapacidade dos outros não o deixasse ir além. Ele mal consegue acabar de expressar uma ideia e já está falando de outra numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece para valer, não se intimida com qualquer forma de cerceamento ou ameaça, não reconhece qualquer forma de autoridade ou posição superior a sua. Com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe causam agora prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento são para ele amistosas e bondosas.


Sintomas (maníacos):

Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça.
Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do quadro esta ideia torna-se uma convicção delirante.
Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por mais do que alguns minutos ou relaxar.
O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco para integridade física como patrimonial.
O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo.
Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem olha de fora a grande confusão de ideias na verdade constitui-se na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não é terminado e assim sucessivamente numa fuga de ideias.
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto frequente nesses pacientes.
A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade.
Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.


A fase depressiva

Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e autoestima baixa. Não se interessa pelo que costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente. Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, lentificados, faltam ideias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso.


Generalidades

Entre uma fase e outra a pessoa pode ser “normal”, tendo uma vida como outra pessoa qualquer; outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando uma recuperação plena. Há também os pacientes, uma minoria, que não se recuperam, tornando-se incapazes de levar uma vida normal e independente.
A denominação Transtorno Afetivo Bipolar é adequada? Até certo ponto sim, mas o nome supõe que os pacientes tenham duas fases, mas nem sempre isso é observado. Há pacientes que só apresentam fases de mania, de exaltação do humor, e mesmo assim são diagnosticados como bipolares. O termo mania popularmente falando não se aplica a esse transtorno. Mania tecnicamente falando em psiquiatria significa apenas exaltação do humor, estado patológico de alegria e exaltação injustificada.
O transtorno de personalidade, especialmente o borderline pode em alguns momentos se confundir com o transtorno bipolar. Essa diferenciação é essencial porque a conduta com esses transtornos é bastante diferente.


Qual a causa?

A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento como parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos fortes como mudanças, troca de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida.
Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.


Como se trata?

A necessidade de uma medicação neste caso é necessária, ainda assim sem encontrar o fator que despertou a patologia, dentro de um tratamento psicoterápico, O Transtorno pode se estender mais do que o tempo devido. O acompanhamento de um profissional de psicologia é indispensável no tratamento. 

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Autodesenvolvimento

Reavaliando a Relação

11:21


No início deste ano alguns pacientes chegaram com constatações muito parecidas. Amigos que encontrei também relataram suas vivências e tiveram as mesmas considerações. Todos perceberam que estavam sonhando sozinhos. Lembrei-me de uma história, a qual considero um dos mais belos romances reais que tive a oportunidade de presenciar. Não farei uma descrição dessa história, porque necessitariam de muitos capítulos. Mas num breve resumo posso relatar que se conheceram numa praia, e ao trocarem olhares, na perspectiva dessa minha amiga, seus mundos se alteraram. Moravam em cidades diferentes e após quatro meses de telefonemas constantes, resolveram se encontrar. Foi o primeiro toque, primeiro beijo, primeiro abraço. Saiu tudo perfeito. Para ela parecia a gravação de uma novela. Não teve um movimento errado. E assim se passou um ano. Um ano de reencontros, mensagens no celular, e-mails, declarações constantes, embalados por muita música, e música, e músicas. Nunca vi um casal com uma trilha sonora tão extensa. Tinham música para todos os momentos. Minha amiga fartou-se de CDs. Pensei que nunca acabariam. Não discutiam, porque mesmo tendo motivos sempre souberam agir assertivamente. Sentiam quando um precisava do outro. Era lindo, mas... Um dia acabou.

Nesse caso imagino que a distância tenha sido desfavorável e contribuído com boa parte para o desfecho da história, mas antes disso, após esse ano intenso de conquistas, seguiu-se meio ano de descuido. Ele insistia na continuação, mas a custo zero. Ela começou a perceber que as mensagens, mesmo durante o ano em que estiveram muito bem, eram iniciativa dela, e que ele as mandava sim, lindas mensagens, mas como resposta. Começou a perceber que havia enviado cartas, presentes, feito surpresas, e que nunca foi surpreendida. Que recebeu flores sim, mas numa data totalmente esperada. Não eram os presentes que contavam, mas o que poderiam significar: carinho, consideração, importância. Poderia ter sido um único bombom, num dia qualquer. Os apaixonados têm a necessidade de ver o sentimento do outro no concreto, não importando o valor, o tamanho, mas a frequência e a intensidade com que essa demonstração é realizada.

Eu como presenciei toda a história desde o início, me senti bastante triste quando um dia ela chegou, após muito tempo de tensão, incertezas, inseguranças, lágrimas e me disse, nesse momento muito calma: “ Só agora eu percebi, o que nem ele ainda percebeu. Que ele já se retirou há muito tempo, e eu venho sonhando e caminhando sozinha há milhas.

Tudo o que muitos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique muitas de nossas loucuras. Eu te amo no início é fácil, assim como declarações românticas, que apesar de muito bom, sozinhos não sustentam um relacionamento, até porque não temos nenhuma garantia da durabilidade, e isso causa muita insegurança e nos fragiliza constantemente. Para manter um relacionamento é preciso uma sedução ininterrupta das duas partes e uma turma de atitudes para nos amparar. Farei uma adaptação de um texto bíblico, tentando sugerir atitudes que possam vir a contribuir para uma caminhada mais duradoura.

Há tempo de abraçar bem forte, e apenas com o olhar declarar todo seu amor. Há tempo em que precisará mais do que palavras, precisará de gestos mais concretos. Há tempo em que o olhar, as palavras e os gestos mais concretos não servirão. Há tempo que somente o silêncio será entendido.

Há tempo de cantar, em vez de reclamar, de sorrir, em vez de franzir a testa, de enxugar as lágrimas com um beijo e apesar de o outro ter errado, dizer que ainda assim o ama e o admira. Há o tempo de cada um, com amigos, com seu trabalho, consigo mesmo. Sempre é tempo de a vida própria ser respeitada.

Há o tempo de responder à todas as perguntas, porque poderá vir o tempo em que o outro não queira mais ouvir suas respostas. Mas haverá o tempo em que não se deve perguntar nada e esperar o tempo passar. Há o tempo de se fazer tolices, de ter acessos de carência, de infantilidade, de não reagir bem aos imprevistos. Mas há o tempo da maturidade.

Sempre não ao tempo da competição, da comparação. Sim ao tempo da cumplicidade, da delicadeza dos atos e das palavras, da disposição para ouvir, da confiança em falar. Há o tempo de se bater a porta. Mas há o tempo de se pedir desculpas, de ter paciência.

Há o tempo de pedir explicações, e o tempo de dá-las. Há o tempo de dar colo, e o tempo de pedi-lo. Há o tempo de se aproximar, e o tempo de se afastar.. Há o tempo de ficar um pouco, e mais um pouco, e um pouco mais. Há o tempo de respeitar. E para isso não existe opção contrária.

Há tempo de dar presentes, porque pode haver o tempo em que eles não tenham mais importância. Há o tempo do toque, do abraço, do beijo, de fazer amor com carinho, amor com fúria, amor por amor. 

Mas cuidado com o tempo entre os tempos. 

Se você deixar o outro esperar demais, poderá não haver mais tempo.

Quanto a minha amiga. Apareceu outro, que caminha junto, afinal, também há o tempo de nos dar outra chance.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Autodesenvolvimento

Quem precisa do seu Sacrifício?

09:52


Você conhece alguém que vive num casamento de fachada para não causar sofrimento aos filhos, que não muda de profissão para não sacrificar a família, que não troca aquele emprego frustrante e desmotivante para não se indispor ou preocupar a esposa ou esposo? Conhece alguém que faz sacrifícios pelos filhos, pela família, pelos amigos? 

Você conhece alguém que faz muitos sacrifícios para ver outras pessoas bem?

Pois bem, existem algumas coisas que precisam ser bem pensadas em termos de sacrifício. 

Em primeiro lugar, a palavra sacrifício deriva do latim e significa o sacro oficio, ou seja a atitude de tornar sagrado, e não de causar sofrimento. E quem torna algo sagrado não sofre. Assim, devemos começar repensando o próprio significado da palavra sacrifício. Muitas são as pessoas que usam essa palavra para dizer o quanto foi ou é dolorida determinada coisa, o quanto causa sofrimento. Isso está associado mais a esforço que a sacrifício. As pessoas sofrem pelo esforço que fazem para obter algo que não traz os resultados que lhe agradam. 

Se você quer fazer sacrifício, então precisa aprender a sorrir quando se envolve em algo que vai tornar sagrado. É por isso que os muito antigos habitantes desse planeta faziam sacrifícios em nome de seus deuses, para tornar sagrada alguma coisa, como uma colheita por exemplo. 

Pois bem, como poucos pensam nisso, adotam e ficam com o termo sacrifício para determinar aquilo que lhe causa sofrimento ou esforço em demasia. 

Quando as coisas são feitas com esse sentido e você faz sofrendo, exatamente por que está num impasse entre o que deseja, mas que para realizar precisa causar uma ruptura, um desconforto momentâneo, e aquilo que é bom para os outros que estão com você, então automaticamente sua mente registra isso como uma dívida que alguém tem com você, ou seja, alguém passa a lhe dever algo, pode ser um filho, uma família, um amigo, etc... 

O problema é que isso é praticamente inconsciente, fruto de sua imaginação, e os devedores não sabem que estão devendo alguma coisa, coisa que você, para se livrar do próprio sofrimento, vai cobrar um dia. Conscientemente, se você causar o sofrimento, vai se sentir culpado, e para não sentir a culpa, é melhor deixar as coisas como estão, e continuar seu SACRIFICIO, viver a vidinha, como dizem, até que não suporte mais a carga. 

Com esse sentimento interno quase sempre inconsciente de que os outros lhe devem algo, a pessoa acaba se ressentindo. Os anos vão passando, a frustração vai aumentando, as relações vão se deteriorando, a vida vai ficando chata e difícil, o stress aumenta, a depressão chega para a visitinha, e assim a vida se torna um fardo. 

Como tudo isso está operando num plano inconsciente, é difícil que você perceba que a culpa é sua, assim, você passa a achar que a culpa do seu sofrimento é dos outros, por quem você tanto se sacrificou. 

É muito provável que seu casamento de sacrifícios se torne um martírio, que os filhos por quem se sacrificou se tornem rebeldes por não aguentarem a carga de culpa que você joga neles, que seus amigos se afastem por não suportarem mais você reclamando da vida de sacrifícios, e assim por diante. 

Muito provavelmente sua raiva vai aumentar e você vai tomar do seu próprio veneno, e assim vai adoecer, vai esclerosar, vai desenvolver um problema cardíaco, vai ter problemas estomacais, e talvez até mesmo consiga morrer, SOFRENDO. 

E acredite, isso não vai ser deixado de ser dito no seu velório: ahhh, como foi uma boa pessoa, sempre se sacrificou por fulano e beltrano. 

Fulano e beltrano também estarão no seu velório, e vão viver depois usufruindo os benefícios do seu sacrifício. Isso se não assumirem também eles a culpa pela sua morte, e estragarem suas vidas por serem os culpados pelo seu casamento fracassado, pelo seu desgosto profissional, por você não ter conseguido realizar suas coisas e viver seu prazer na vida. 

Veja então o grande emaranhado emocional. Algo que teoricamente seria benéfico pelo menos para os filhos, parentes ou amigos, acaba sendo prejudicial. Ninguém sai ganhando. Todos ficam ainda mais infelizes nesse jogo. 

O que aconteceria se essa pessoa seguisse sua vontade e se separasse, ou trocasse de emprego, ou de profissão, ou de cidade? Certamente haveria um sofrimento inicial dos envolvidos. Mas com o tempo isso seria amenizado. Seria uma experiência dolorosa, mas plenamente possível de se superar. No final das contas provocaria menos sofrimento para todos. 

Se você é muito chegado ou chegada a fazer sacrifícios, cuidado. Vai pagar um preço caro, e pior, cobrar ainda mais caro dos outros por quem se sacrificou. 

Se você é filho ou filha de alguém que faz ou fez muitos sacrifícios, cuidado, tem uma chance grande de também optar por esse tipo de vida. 

E se você desejar fazer sacrifícios, então entenda de uma vez por todas que deve na verdade é fazer um sacro oficio, deve tornar sagrado aquilo em que está se envolvendo, deve fazer com alegria, com satisfação e com prazer. 

Não sendo assim, no máximo o que podemos fazer é esforço. E então se esforce e gaste sua energia se envolvendo em coisas que lhe permita não criar dividas imaginárias para que outra pessoa pague, principalmente, seus filhos e entes queridos e amados. Gastando energia e se esforçando em coisas prazerosas para você, certamente que os que você ama poderão receber o melhor que você tem a dar, além de você manter um perfeito estado de saúde física e emocional. Todos ganharão.

(Texto lindo do meu amigo psicológo na Bahia Robert Metring)

Deusas e a Mulher

Atenas/Minerva: Deusa da sabedoria e das artes, estrategista e filha do pai.

18:04


AS CARACTERÍSTICAS NÃO SÃO NEGATIVAS OU POSITIVAS. TUDO DEPENDE DA PERSONALIDADE E DO CONTEXTO. 

1 - Deusa sábia.

2 - Gosta da arte.

3 - Deusa guerreira, simboliza a guerra, mas tem temperamento pacífico, pois combina sabedoria com justiça.

4 - Ela protege seus heróis (homens) escolhidos.

5 - Protege-se com couraça (defesas), para não ser ferida.

6 - É uma deusa bonita.

7 - Excelente estrategista na época de guerra.

8 - Se dedica a arte na época da paz.

9 - Não é muito vista acompanhada, mas se estiver é do sexo masculino.

10 - Planeja e executa seus planos.

11 - Ela é prática com resultados tangíveis.

12 - Valoriza o pensamento racional, dominando a vontade sobre o instinto e a natureza.

13 - Tem vitalidade.

14 - É urbana, se encontra na cidade.

15 - Conselheira de homens heroicos.

16 - Defensora e aliada de homens heroicos.

17 - Defende os homens às mulheres.

18 - Estrategista vitoriosa, vence com astúcia.

19 - Sua mente é lógica, governada mais pela razão do que pela emoção.

20 - Mantem a calma no momento mais culminante de uma situação emocional.

21 - Desenvolve boas táticas no meio do conflito, como traço natural de uma mulher, não como homem.

22 - Se é aliada a Hera que necessita de um companheiro, Atenas avalia a situação e traça uma estratégia para a conquista.

23 - Se Àrtemis é a inspiração direcionada para a sanidade coletiva das mulheres, o sucesso do projeto pode depender da perspicácia política de Atenas.

24 - Ela é motivada pela sua própria prioridade ao invés da necessidade dos outros.

25 - Ao contrário de outras deusas que se afastam dos homens, Atenas procura estar entre eles, sem o aspecto sexual, pois é uma deusa virgem, dedicada ao celibato e a castidade.

26 - Mesmo em meio aos homens não tem complicações com envolvimento e sexo com eles. Torna-se sua amiga, confidente sem envolvimento erótico ou intimidade emocional.

27 - Preocupa-se com assuntos de consequência mundial.

28 - Deusa amadurecida, já que nunca foi criança, já nasceu adulta, e também é vista como protetora das crianças.

29 - Se conforme com os padrões adultos, isto é, tradicionalmente recebidos.

30 - Tem falta de romantismo ou idealização.

31 - Sabe fazer alianças, diplomacia, manobras.

32 - É ambiciosa, sem conflitos com isso.

33 - Trabalha bem com as mãos (arte) e cérebro (sabedoria).

34 - Faz previsão, planejamento, tem domínio da habilidade e paciência para execução.

35 - Tende a homens poderosos, que tem autoridade, responsabilidade e poder, tipo homem patrão, mas a atração do poder é para si como companheira ou aliada.

36 - Tem pouca compaixão pelos maus sucedidos, oprimidos e rebeldes.

37 - Moderada, vive o justo meio termo.

38 - O excesso para ela é visto como antiético.

39 - Muda um curso de ação logo que pareça improdutivo.

40 - Defesas intelectuais a conservam longe do sofrimento.

41 - Não é atingida por qualquer hostilidade ou decepção inesperada, ela faz uma avaliação fria.

42 - Descomplicada, desinibida e segura, ela faz as coisas sem espalhafato.

43 - Também vista como deusa da saúde, não tem conflitos mentais, é fisicamente ativa.

44 - Tem predileção por moda requintada mesmo quando adolescente, roupas duráveis, de qualidade, sem influência da moda.

45 - Quando criança pode ser autodidata, e busca mais o pai, atrás da lógica.

46 - Entende de bolsa de valores, poupa, investe.

47 - Não são filhas problemas.

48 - Tem habilidade para competir socialmente.

49 - Tem alta estima pelos garotos.

50 - Aceita a realidade e se adapta.

51 - Eficiente esteticamente e organizada no lar.

52 - Não brinca de cinderela, e não espera ser salva pelo casamento.

53 - É uma administradora eficiente.

54 - Boa explicadora de procedimentos complexos e graduais.

55 - É exigente.

56 - Dá o melhor de si a quem e ao o que a desafia intelectualmente.

57 - Tem tino comercial.

58 - É uma pesquisadora capacitada.

59 - Suas áreas de interesse são aquelas que valorizam a clareza de pensamento e o uso da evidência: matemática, ciência, comércio, advocacia, engenharia, medicina.

60 - Tem falta de amigas íntimas porque tem pouca empatia.

61 - Ela fica zangada com a mulher que se queixa mais do que contra o homem o qual é feita a queixa. Ela pode culpar a vítima feminina.

62 - Ela escolhe seus homens com estratégia.

63 - Tipicamente não é uma mulher sensual ou sexy, não dada a flertes ou romantismo.

64 - Para sua sexualidade necessita da presença de Afrodite, para compromisso emocional, Hera.

65 - O casamento é visto mais como uma parceria amistosa do que uma união apaixonada e assim a satisfaz.

66 - Não tem ciúme sexual.

67 - Não acredita que será substituída por uma atração passageira.

68 - Tem falta de empatia por sentimentos vulneráveis ou valores espirituais.

69 - Quando a decisão de um divórcio é feita por Atenas ela faz sem remorso ou pesar, mesmo bastante apaixonada.

70 - Se o marido a deixar por outra ela não se sente pessoalmente destruída.

71 - Adora filhos competitivos, extrovertidos e intelectualmente curiosos, ela os ensina a se sobressaírem.

72 - Acha a meia idade a melhor idade de sua vida, se acha ainda mais poderosa.

73 - Raramente tem ilusões a serem desencantadas porque vê as coisas como elas são.

74 - A juventude e a beleza não são essenciais para a autoestima, mas sim sua inteligência, competência, sabedoria.

75 - Na velhice ela é suporte de instituições.

76 - Quando os filhos saem de casa não sofre do ninho vazio, porque agora terá tempo para os projetos.

77 - Educa os filhos para a independência.

78 - Se preparou para a velhice, e continua ativa.

79 - Suas ações são mais deliberadas que impulsivas.

80 - Não se acha vítima dos outros, nem de suas emoções.

81 - Tem consciência enfocada, se concentra num elemento com a exclusão de tudo o mais.

82 - Define limites nas relações.

83 - Considera seu corpo como parte utilitária, só se dá conta dele quando adoece.

84 - Ela pode menosprezar o interesse do seu marido por outra mulher.

85 - Pode ser intocável pela paixão e não saber calcular para alguém mais.

86 - Ela não dá tanta atenção a uma filha tradicional, que não é como ela, e pode favorecer o filho.

87 - Ela pode manter a mulher acima do nível instintivo por isso ela não sente a força total dos instintos: maternais, sexuais ou procriativos.

88 - Ela tem habilidade para intimidar os outros e afastar deles a espontaneidade , a vitalidade e a criatividade. Seu olhar pode fazer a pessoa se sentir transformada em pedra.

89 - Não tem empatia na discussão com outros, nas conversas sobre espiritualidade, ela é brutalmente franca, por ser extremamente verdadeira.

90 - Ela pode se tornar astuciosa, inescrupulosa para alcançar seus objetivos ou derrotar rivais.

91 - Ela pode não seguir valor de bem ou mal, certo ou errado.

92 - É a deusa mais intelectual.

93 - Integra o grupo das deusas que não precisam de um homem para ocupar o seu lugar no mundo.

94 - Geralmente são mulheres que trafegam com desenvoltura no mundo masculino, desenvolvem carreiras de sucesso e não se preocupam com casamentos ou filhos.

95 - Fisicamente são atraentes de elegância clássica e postura desembaraçada. Costumam conquistar o interesse dos homens, que valorizam imagem e inteligência.

96 - As Atenas se dão bem em todas as áreas onde os homens também fazem sucesso. Dedicadas, competentes e comprometidas, trabalham bem em equipes masculinas.

97 - Deusa do equilíbrio interior.

98 - Deusa da vitória.

99 - É a inspiração em situações de dificuldade e superação de obstáculos

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Equilíbrio Emocional

Sugestões para lidar com as dificuldades nas Relações Amorosas

11:36


1 - Questionar expectativas. Independente do que você também esteja realizando de forma inadequada, perceba no outro o que ele está fazendo de inadequado.

Perceba se há alguma expectativa irrealista por trás dessas inadequações – até que ponto estou exigindo que minha relação ou meu parceiro sejam perfeitos , até que ponto o fato de não ser perfeito está me perturbando.

Assuma que o surgimento de dificuldades, obstáculos, frustrações é infinitamente mais provável que o contrário.

Capte seus pensamentos que antecedem as suas emoções fortes e negativas(tristeza, ansiedade, raiva), e percebe se realmente está pensando de forma objetiva.

Leve em consideração que nos momentos de crise, dificuldades, há a tendência de ver as coisas excessivamente negativas, e realize os devidos descontos, enquadrando o fato na forma mais realista possível.

2 – Independente de quanto tempo o casal já esteja junto nunca é tarde para aprender a se comunicar melhor. Reveja esses pontos e faça uma análise:

Comuniquem-se como dois adultos, e não como pai e criança, ou como mãe e filho. Lembre-se: se a mulher está se comportando como mãe é porque o homem está reagindo como filho. Se o homem tenta ser o pai é porque a mulher reage como uma criança.

Comecem a usar o termo “eu” – eu penso..., eu sinto..., assumindo a responsabilidade pelos seus pensamentos, emoções, sensações. Evite expressões como você deveria...nós deveríamos...ou você me faz sentir..., isso me faz sentir.... Isso somente transfere as suas responsabilidades para o parceiro ou para a relação.

Quando o parceiro usar o termo “eu” permita que ele o faça sem irar-se. Ambos tem o direito de sentir o que sentem e expressar livremente. Os sentimentos justificados ou não são coisas reais, que se não forem tratados como tal acabarão com a relação.

Normalmente se espera que o outro adivinhe aquilo que o parceiro deseja. Um método mais seguro é primeiro comunicar o que se deseja e após solicitar a perspectiva do outro face ao assunto. Assim o outro também se sente a vontade para comunicar e a brincadeira de mau gosto de adivinhar sai da relação.

Os elogios e encorajamento tem melhores resultados na relação do que as críticas – assim como você faz com outras pessoas, se empenhe em perceber e comentar as atitudes positivas do seu parceiro, ao invés de viver a reprisar as negativas.

Em ocasiões onde os dois desejam realizar algo diferente, entrem em negociação. Se um deseja preto e o outro branco, que hoje seja preto e amanhã branco. Melhor assim do que cinzento todos os dias.

Numa intervenção terapêutica, essas sugestões costumam acontecer de forma mais estruturada. Se sentirem dificuldades de implementar as sugestões na relação, procurem um profissional para iniciar um processo de acompanhamento.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Equilíbrio Emocional

Como lidar com Pensamentos e Sentimentos negativos

00:05


Todos nós, pontualmente temos pensamentos e sentimentos negativos, certamente uns mais que outros, portanto, é importante aprender a lidar com pensamentos e sentimentos que nos perturbam. A chave para que esses pensamentos e sentimentos negativos não nos incapacitem, não nos esmaguem ou não condicionem os nossos estados de humor, é a capacidade que cada um de nós tem para gerenciá-los corretamente.

A forma como pensamos acerca de nós mesmos, das outras pessoas, e dos acontecimentos pode ter um impacto importante sobre o nosso humor. Por exemplo, digamos que você normalmente tem o pensamento: “Eu estou sempre deprimido.” Sempre que esse pensamento aparece na sua cabeça, você provavelmente começará a sentir-se triste e em baixa. O inverso também é verdadeiro. Se você estiver sentindo-se ansioso e com medo, ficará mais propenso a ter pensamentos que são consistentes com esse estado de humor.

O problema não está nos próprios pensamentos ou sentimentos negativos que invadem a nossa mente. Os pensamentos e sentimentos por vezes podem parecer ter vida própria, mas é pura ilusão. Os nossos pensamentos e sentimentos não têm vida própria, eles vivem em nós, manifestam-se em nós, sem que necessariamente tenhamos que seguir ou agir de acordo com eles. Quantas vezes você não seguiu o que estava a pensar ou a sentir? Provavelmente muitas. Então o que é que o fez reorientar os seus pensamentos e sentimentos? Arrisco a dizer que foi você, foi aquele que tem consciência dos seus próprios pensamentos e sentimentos e que pode ou não segui-los.

Dica: Muito provavelmente reorientou os seus pensamentos com base nos seus valores, nos seus objetivos, desejos e vontades.

Sugestão: Oriente-se por aquilo que é, por aquilo que quer vir a ser, sentir, pensar e agir. Oriente-se conscientemente pelos seus valores e não necessariamente pelo que sente ou pensa. Os pensamentos são palavras na sua cabeça, os sentimentos vão gerar sensações físicas no seu corpo, se não lhe servirem, não os siga.

Então, quer dizer que nós temos a capacidade de não agirmos de acordo com alguns pensamentos e sentimentos nossos? Completamente! Provavelmente todos nós fazemos isso mais vezes do que temos consciência. No entanto, no que diz respeito aos pensamentos e sentimentos negativos, confundimo-nos com eles, ou seja dá-se um fenômeno de “fusão” entre os nossos pensamentos e sentimentos e a nossa identidade, personalizamos o que pensamos e sentimos colando-nos à nossa experiência interna.. A partir daqui, ilusoriamente julgamos ser o que pensamos e sentimos. Pior, julgamos não ser capazes de gerar outros pensamentos e sentimentos mais positivos, construtivos e capacitadores. Perante este cenário, ficamos à mercê de distorções do pensamento, dando origem a comportamentos não desejados, podendo contribuir para o desenvolvimento de alguns problemas psicológicos e consequentemente problemas pessoais, constatando-se como um obstáculo ao desenvolvimento pessoal.

ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM PENSAMENTOS E SENTIMENTOS NEGATIVOS

Perante a intrusão inesperada e angustiante de alguns pensamentos e sentimentos negativos e perturbadores, pode ser muito útil pensarmos em nós mesmos como um motorista de um ônibus. Como se dirigíssemos o ônibus da nossa vida. Nos bancos estão sentados vários tipos de passageiros, os quais não controlamos. Os passageiros são os nossos pensamentos e sentimentos. Às vezes eles podem ser um incômodo. Às vezes eles gritam coisas como “Você é um motorista inútil”, ou “Você está indo na direção errada”, ou “Há muito barulho aqui à volta. Você deve parar e lidar com isto”, ou toda uma série de outros pensamentos ou sentimentos potencialmente perturbadores ou distrações da mente vão surgir. 

A importância dos valores: É extremamente importante para a nossa saúde e bem-estar que consigamos focar na condução do ônibus da nossa vida, na direção certa. O “caminho certo” é determinado pelos nossos valores, por aquilo que realmente importa para nós. Os nossos valores são a bússola de orientação que precisamos para guiar-nos. Os valores são coisas como “eu quero viver com coragem e bondade”, ou “eu quero cuidar da minha saúde”, ou “eu quero priorizar aqueles que amo”, ou “eu quero desenvolver os meus interesses e talentos, tanto quanto eu conseguir “. Siga aquilo que quer, mesmo que por vezes pense e sinta de forma oposta. Oriente-se pela sua consciência. Sempre que os seus pensamentos e sentimentos não estejam em concordância, analise-os, avalie-os à luz dos seus valores.

Distinguir os valores dos objetivos: Geralmente é útil distinguir-se os valores dos objetivos. Os valores podem considerar-se como a bússola que usamos para guiar-nos durante toda a vida. Nós normalmente não damos prioridade àqueles que amamos por um tempo limitado, ou cuidamos da nossa saúde por um tempo limitado. Os nossos valores normalmente mantêm-se constantes no tempo, ainda que possam mudar, mudam em espaços de tempo mais alargados. Os nossos objetivos não são tão intemporais pela sua própria natureza. Os objetivos são pontos ou marcos na nossa vida que dão significado aos nossos valores. Os nossos objetivos são as realizações e feitos que reforçam a grandeza dos nossos valores. Então, nós podemos querer organizar uma festa de aniversário surpresa para o nosso parceiro ou treinar para correr uma maratona porque são uma expressão dos nossos valores. Assim que consigamos alcançar esses objetivos, vamos querer estabelecer outros novos. É como dirigir orientado por uma bússola (valores) e que de alguma forma à nossa frente vamos tentando alcançar um marco (objetivo), talvez uma árvore ou um morro orienta-nos o caminho por um tempo. Os valores são o caminho que percorremos, a direção que tomamos na vida. Os objetivos são pontos de verificação da viagem, são as realizações que efetuamos.

Os valores não são sobre o futuro, são sobre o presente, hoje: Esta forma de distinguir os valores dos objetivos de verificação, leva a outra realização. Vivemos ou não vivemos os nossos valores, agora, hoje. Os valores (ao contrário dos objetivos) não são um destino em que estamos viajando na sua direção. Os valores são a forma como nós estamos viajando, a maneira como fazemos o nosso caminho. Se os meus valores fundamentais são viver com determinação e coragem, ou com amor e bondade, esse é o sentido, do jeito que eu quero viajar. É como dizer “eu decidi viajar para o noroeste. Esta é a bússola que vou seguir.” Eu posso começar a seguir a orientação dos meus valores agora. Se eu estou dirigindo bem para noroeste agora, então eu estou fazendo isso. Não é algo que eu tenho que esperar ou trabalhar. É agora.

Autodefinição pelos valores e não por objetivos/realizações: Afortunadamente há uma boa evidência de que uma vida rica, significativa e valorativa promove a resiliência em muitas situações diferentes.

Atenção Plena e lidar com os”passageiros” desordeiros: Estamos dirigindo o ônibus da nossa vida. Temos vários tipos de passageiros, muitas vezes incontroláveis. Os passageiros são os nossos pensamentos e sentimentos. Às vezes eles podem ser um incômodo. Muitas vezes a nossa melhor estratégia é simplesmente continuar a conduzir na direção dos nossos valores e objetivos. Alguns dos passageiros que todos nós temos, por vezes nas nossas mentes são: ansiedade, medo, depressão, raiva, preocupação.  Imagine esses conteúdos mentais como a passagem do fluxo, o ruído do tráfego, ou como folhas flutuantes que ficam para trás à medida que vamos avançando na viagem. A nossa tarefa é escutar o ruído da mente, deixar fluir. Portanto, a nossa tarefa é perceber que o ruído mental (pensamentos e sentimentos negativos) são uma parte normal da condição humana. Esses pensamentos e sentimentos são os passageiros desordeiros, pejorativos e com diferentes percepções do caminho a tomar. Mesmo com esse barulho atrás de nós, devemos guiar-nos pelo nosso roteiro, pelos percursos que conscientemente traçamos para nós. Devemos focar a nossa atenção plena no que importa, ou seja, nos nossos valores e nas tarefas que nos propusemos.

Às vezes é útil ouvir um “passageiro do ônibus”: Embora a melhor estratégia geralmente seja simplesmente ignorar as mensagens dos passageiros e continuar fazendo “conscientemente” a condução do ônibus em direção aos nossos valores, às vezes pode ser útil ouvir e responder à mensagem de um “passageiro”.

Exemplo 1: quando o “passageiro” (o pensamento ou sentimento) repetidamente grita na parte de trás do ônibus pode ser devido a um trauma que tenhamos vivido. Nesta situação, é bom manter a condução do autocarro em direção aos nossos valores, mas quando temos tempo, muitas vezes vale a pena parar para “processar emocionalmente” as memórias incômodas e as imagens e sentimentos inadequadamente associadas.

Exemplo 2: quando o pensamento ou sentimento está levantando uma questão que necessita ser resolvida. Normalmente os sentimentos negativos alertam-nos para algo que pode estar mal na nossa vida, que necessita da nossa atenção. Se for o caso pode ser importante levar esse sentimento em consideração e esquematizar uma estratégia para melhorar o nosso estado ou situação. Mas se esse sentimento origina um conjunto de pensamentos de incapacidade ou depreciativos acerca de si mesmo, então, deve ser colocado em causa.

METÁFORA COMO UM LEMBRETE

Muitas vezes pode ser útil, como um lembrete, pensar na metáfora do motorista do ônibus quando estamos tentando seguir em frente com a atividade frenética da vida de cada dia, e deparamo-nos com o incômodo de sentimentos e pensamentos muito difíceis. Se pensarmos nos nossos pensamentos e sentimentos como objetos, conseguimos perceber melhor a forma como estruturamos os nossos pensamentos. Tentar perceber que não necessita ficar alarmado, angustiado e incapacitado só porque alguns pensamentos negativos lhe passam na mente. Você é uma identidade separada dos seus pensamentos e sentimentos e como tal, eles podem e devem passar pelo filtro da sua consciência. Não importa aquilo que pensa, o que importa é a forma como lida com esses pensamentos, a importância, o peso e a orientação que lhes dá. Isso sim, é importante para lidar de forma adequada com os seus pensamentos e sentimentos mais incapacitantes.

Você não é os seus sentimentos, nem os seus pensamentos, tal como não é aquilo que ouve, que vê, que sente, que come. Você é aquele que experiencia tudo aquilo que o seu corpo está preparado para experienciar. Você é aquele que usa as suas experiências internas como informação, mas essa informação deve ser filtrada pela sua consciência, pelos seus valores, objetivos e propósitos de vida. E, se os “passageiros” incômodos da sua mente o perturbarem, foque-se nos seus valores, foque-se na sua rota e nos marcos que quer atingir para levar uma vida significativa.

Equilíbrio Emocional

Distúrbio do Déficit de Atenção sem Hiperatividade

19:19


Distúrbio do déficit de atenção sem hiperatividade (ADHD-I ou ADHD-PI) é um dos três subtipos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade - TDAH - ou "Mal de Klosouski".

As características marcantes desse tipo de transtorno são a facilidade de distração com devaneios frequentes (imaginação "viajante"). As pessoas com esse distúrbio são conhecidas como distraídas e que vivem imaginando coisas, são desorganizadas , tem esquecimento e letargia/fadiga. Ao contrário do que ocorre nos outros subtipos, não são comuns traços de hiperatividade.

O ADHD-I geralmente é diagnosticado muito mais tardiamente que os outros subtipos de ADHD, provavelmente porque a falta de sintomas de hiperatividade torna a doença mais discreta. Os sintomas não precisam estar presentes o tempo todo, um dos motivos pelos quais alguns profissionais preferem o termo "inconsistência de atenção" ao invés de "déficit de atenção". O ADHD-I aumenta significantemente o risco do abandono prematuro do ensino médio e superior, ou de matérias específicas, sendo matemática a principal.

Pais e professores podem interpretar erroneamente as causas das atitudes e comportamentos de uma criança com TDAH-I e, talvez, por fazerem frequentemente repreensões inadequadas, como: "você é irresponsável", "você é desorganizado", "você não se esforça", etc, algumas crianças acabam entendendo que são diferentes de alguma forma.  Mas, infelizmente, isso não impede que elas aceitem as críticas indevidas, criando uma autoimagem negativa e, pior ainda, autoalimentada.

Frequentemente, a ausência de tratamento e diagnóstico faz com que a desatenção, frustrações e baixa autoestima criem uma série de problemas de relacionamento pessoal, além de problemas de desempenho no ensino superior ou no trabalho (aliados aos problemas de relacionamento, também nesses ambientes). Esse quadro, principalmente considerando-se a baixa autoestima e as frustrações, acaba levando frequentemente a outros distúrbios (como os de humor ou de ansiedade) e ao uso de drogas.


Sintomas - Adultos 
  1. Frequentemente comete erros característicos de descuido quando trabalhando em projetos que não são do seu interesse ou são difíceis 
  2. Dificuldade em manter a atenção centrada no trabalho 
  3. Dificuldade em concentrar-se em conversações 
  4. Dificuldade em terminar projetos já iniciados 
  5. Dificuldade em organizar-se de forma a concluir as tarefas 
  6. Evita ou adia o início de projetos que requerem esforço mental 
  7. Frequentemente guarda em locais inapropriados ou perde coisas em casa ou no trabalho 
  8. Facilmente distrai-se devido a outras atividades ou ruídos 
  9. Dificuldade em lembrar-se de compromissos ou obrigações 

Como é realizado o tratamento do TDAH?

O uso de medicações é, sem dúvida, um tema bastante discutido em relação ao tratamento do TDAH. Estudos demonstram que a utilização de alguns medicamentos pode ser de grande auxílio para os pacientes diagnosticados com o transtorno. O tratamento medicamentoso aliado aos procedimentos utilizados em psicoterapia costuma produzir bons resultados na melhora da qualidade de vida dos indivíduos que sofrem com o transtorno.

Para a avaliação de sintomas e planejamento dos procedimentos de intervenção terapêutica é necessária a consulta com o Psicólogo. A manutenção dos resultados é necessária no trabalho de prevenção de recaídas.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Deusas e a Mulher

Ativando Hera

10:43


A necessidade de ser como Hera vem como realização para algumas mulheres no início da meia-idade; por essa época já tiveram uma série de relacionamentos ou ficaram tão enfocadas em suas carreiras que o casamento não se tornou prioridade. Até esse ponto, elas atenderam à inclinação de Afrodite de mudar de um relacionamento para outro, ou à tendência de Perséfone de evitar compromissos, ou ao enfoque de Ártemis e de Atenas no alcance dos objetivos. Ou a deusa esteve em campos opostos, e o ímpeto de Hera por ser companheira foi frustrado pela escolha dos homens que a mulher fez, escolha influenciada por outras deusas.

Quando a ligação como companheira não é forte instinto, ela precisa ser conscientemente cultivada. Isso em geral é possível somente quando a mulher vê a necessidade de estabelecer um compromisso e tem vontade de mantê-lo, e quando existe oportunidade para ela agir assim. Se ela ama um homem que necessita ou requer sua fidelidade, ela deve escolher entre a monogamia ou ele. Deve decidir refrear a promiscuidade de Afrodite, ou a independência de Ártemis e favorecer Hera. A decisão consciente de ser esposa tipo Hera pode reforçar a conexão de mulher com o arquétipo.

Se o envolvimento com homens não casadouros impede que uma mulher se torne esposa, esta precisa ficar desencantada com o tipo de homens pelos quais tem sido atraída e com o tratamento que deles recebeu. Precisa também reavaliar sua atitude em relação aos homens que tem valores tradicionais, porque ela pode ter ficado preconcebida em relação a esses homens que querem casar e constituir família. Quando sua imagem de um homem desejável muda para se adequar a um tipo de homem com o qual possa estabelecer compromisso, então pode se tornar possível a necessidade que Hera tem de ser esposa.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

Equilíbrio Emocional

Depressão na Mulher e a Crise de Identidade Feminina

00:50


Existem estudos recentes que apontam que a depressão atinge mais as mulheres do que os homens.

Mulheres de todas as idades podem apresentar queixas de depressão e de uma forma mais frequente nos estudos e pesquisas aparecem mulheres casadas ou que vivem com um companheiro, apresentando alto índice de depressão e insatisfação com a vida.

Muitas destas mulheres apresentavam incapacidade de concentração, choro sem motivo, desânimo com a vida, desânimo com o trabalho e com os filhos, sono excessivo, não querer acordar, cansaço, dor no corpo, fadiga, pouca vitalidade e sentimento de infelicidade.

Apesar de um número aceitável relatar que tinham casamentos seguros, nível financeiro aceitável e apoio familiar, ainda assim, apresentavam essas queixas depressivas e diziam não ter uma razão específica para se sentir deprimida.

Uma Psicóloga americana chamada Betty Friedan escreveu um livro com essa pesquisa intitulada “The Feminine Mystique”, e neste livro relata que o problema da depressão nas mulheres parece estar além dos quesitos normalmente buscados numa pesquisa e sim de forma mais profunda, na essência da identidade feminina.

A autora percebeu que desde muito cedo  estas mulheres sofrem, e não por possuírem ou desenvolverem algum defeito orgânico, biológico ou hormonal, essas mulheres sofrem de forma emocional por uma crise de identidade.

As mulheres pesquisadas pela autora afirmaram que queriam encontrar realizações e felicidade como esposa, mãe em papéis femininos tradicionais, mas, por outro lado, a realidade impunha uma necessidade de gastarem suas energias e a empregarem em projetos individuais, e a mídia mostrava que isso as deixariam felizes e realizadas profissionalmente e independentes dos homens.

Esta duplicidade de posições, as conquistas de mercado e as responsabilidades advindas confrontavam com suas aspirações, esperanças e objetivos, confluindo em crises de identidade e de realização.

O que realizar? O que direcionar? Como se posicionar? Qual é a melhor alternativa? Existe melhor alternativa? Como fica minha personalidade?

Realizar tudo ao mesmo tempo torna uma servidora (do lar, do trabalho, dos filhos, da sociedade) e, o quanto disso é realmente o que ela almejava? É isso tudo que eu quero da vida?

Em alguns países como na Índia, a tradição da mulher feminina, mãe, mulher e serva é ditada independentemente das diferenças sociais, religiosas, casta e localização geográfica.

No mundo ocidental, os papéis estão mais abertos e não existe uma norma ou regra, a mulher é livre para se dedicar e colocar suas metas a serem alcançadas para sua felicidade.

As vantagens da vida moderna, as possibilidades de ascensão e a competição são as marcas que impulsionam estas pessoas em seus comportamentos e objetivos.

Para muitas mulheres, uma carreira profissional é o que lhes confere um sentimento de estar e de ter um propósito – é dessa forma que percebe uma identidade enriquecedora.

Não é fácil dizer que este objetivo vai atender todas as mulheres, mas uma coisa que pode ser generalizada é que estas enxergam a oportunidade como uma conquista para torná-las mais felizes, relata a autora.

Não encontrar ou não obter o máximo de atendimento a estas oportunidades, se ver perdida entre muitos afazeres, perceber que suas escolhas as deixaram mais longe destes objetivos faz com que se sintam menos valorizadas, mais distanciadas de si, sufocando sua personalidade e entrando em crise de identidade.

Já um ambiente que propicie condições para as mulheres como donas de casa, mãe e esposa, pode igualmente ser tão limitante que em curto prazo de tempo irá sufocar suas pretensões, abafar suas motivações e de forma talvez até mais prejudicial dar origem a crises depressivas e desvalorização da autoestima.

Segundo pesquisa de Betty Friedan - The Feminine  Mystique

Deusas e a Mulher

Ativando Afrodite

00:39


O arquétipo de Afrodite governa o prazer do amor e da beleza, da sexualidade e da sensualidade das mulheres. A esfera do amante manifesta uma poderosa atração em muitas mulheres, como força em relação à personalidade de uma mulher. Toda mulher que se apaixona por alguém que também está enamorado dela é naquele momento uma personificação do arquétipo de Afrodite. Transformada temporariamente de mortal comum em deusa do amor, a mulher se sente atraente e sensual, uma amante arquetípica.

Quando Afrodite está presente como arquétipo dominante na personalidade da mulher, esta se enamora frequente e facilmente. Ela tem o que chamam de “sex appeal”, um magnetismo pessoal que induz os outros mais intimamente num campo eroticamente carregado, que intensifica a percepção sexual. A voltagem se eleva e os dois se sentem atraentes e vibrantes como se fossem atraídos um para o outro. Nesse espaço magnético que os cerca as impressões sensoriais ficam intensificadas, os dois ouvem música de modo mais envolvente, as fragrâncias ficam mais penetrantes, o paladar e o tato dos enamorados ficam sensibilizados. 

Assim como há duas versões míticas do nascimento de Afrodite, assim também há dois caminhos pelos quais esse arquétipo vem à consciência. O primeiro é uma iniciação dramática, quando Afrodite surge repentinamente, amadurecida e impressionante, como uma presença dominante vinda das águas do inconsciente. Quando a sexualidade é sentida como resposta instintiva, tendo pouco a ver com o lado amoroso ou ainda tendo pouco a ver com o amar ou até mesmo gostar do homem que a excita, é sexualidade “desligada” de intimidade emocional - metaforicamente semelhante à versão de Hesíodo do nascimento de Afrodite no mar.

O segundo caminho em que um arquétipo surge ativo é num relacionamento. Ele deveria ser considerado análogo à versão comum de Homero do nascimento de Afrodite, e seu subsequente desenvolvimento como filha de Zeus e de uma ninfa marítima, Dione. O crescimento da confiança e do amor, e uma redução gradual na inibição precedem a evocação ou “o nascimento” de Afrodite, anunciado pelo primeiro orgasmo na relação sexual e por um novo desejo de intimidade física. 

Raramente a deusa descuida desse magnetismo, faz parte dela fazer de tudo para mantê-lo, e, existe métodos para que todas as mulheres possam se envolver e apreciar sem culpa as sensações agradáveis do sexo, experimentando a Afrodite em si mesma.

Luciana Sereniski
CRP 12/06912