A ansiedade, dependendo da intensidade, pode ser mais perigosa do que a raiva. Num acesso de fúria, saímos do nosso centro, já com uma ansiedade frequente, o nosso centro desaparece e fica difícil encontrá-lo e nos encontrar, inclusive impossibilita a capacidade de adquirir conhecimento. Um fator adicional é que raramente sabemos exatamente o que causa nossa ansiedade.
Entre o medo e a ansiedade também há uma considerável diferença. A ansiedade é difusa, indeterminada, acontece por algo que pode vir a acontecer de fato, mas no princípio faz parte da imaginação de vir a Ser. O medo se refere a uma situação ou objeto específico, coisas ou situações fora de nós. Mas a ansiedade observa dos cantos interiores da mente e do sistema nervoso, escondida no Eu sem direção. Na depressão, assim como em outras patologias o medo se combina com a ansiedade generalizada e então temos um Transtorno.
A localização da ansiedade no corpo é no peito, por isso os problemas respiratórios, palpitações, assim como tensões nos ombros e nuca. A conexão com nosso Eu Sou, o Eu Superior, dissolve a ansiedade, pois voltamos ao centro. O que não é simples, já que foi exatamente pelo nível de ansiedade que ficamos desconectados.
Apresento um excelente exercício para a reconexão: Em nós habita a criança interior, não aquela que pode ter sido machucada, reprimida, mal amada, mas a criança interior divina.
Deite-se, relaxe e traga à mente um momento onde você ainda se conectava com a criança divina. Um momento de alegria, brincadeira, leveza, inocência, um momento onde algo mágico pode ter acontecido, já que ainda era quase livre de crenças negativas quanto à sua capacidade e sobre as coisas da vida. Onde psiquicamente ainda era o mais perto da pureza possível. Um momento em que ainda era ignorante sobre a vida e sábia sobre Si Mesma. Ao entrar em contato com ela lembre-se de quem és e fique perto por alguns instantes. Veja-a brincar despreocupadamente, dormir tranquila, existir leve, sonhar com o futuro. Após um tempo em sua companhia volte a Si trazendo junto essa criança ainda não corrompida com a necessidade de responder ao mundo sempre acertadamente, portanto ainda quase livre da pressão externa. Volte com a ideia de que seu maior problema seria esperar a aula acabar ou a lição de casa para poder brincar. Agora veja esse problema que está te causando ansiedade apenas como um dever de casa. Termine, fazendo o que pode ser feito, o que sabe fazer, feche o caderno, abra um enorme sorriso e vá brincar.
Não sou tola o suficiente para achar que é simples, somente com esse exercício, controlar a ansiedade, mas acredite, na constância esse exercício fará muita diferença.
Luciana Sereniski
CRP 12/06912