Complexos não são patologias, mas trazem descompensações àquele que os possui, embora possuir um complexo nem é tão negativo, o problema é quando ele nos possui. Nascemos com tendências, não um destino, esse criamos com nossas escolhas. Mas sim, essas tendências são como imãs que atraem mais daquilo que já possuímos. A consciência disso vai depender da quantidade de energia psíquica  colocadas para descobrir os motivos da contenção de conteúdos, o porquê seu mundo interno é incongruente com seus desejos de viver. Com isso vamos saindo da pequena visão do ego e ampliando nossa visão da própria existência.

Sabemos que enfrentamos nossas tendências, e mudamos nosso mundo herdado, assim como a construção em cima deste, quando o passo dado em direção aos objetivos conscientes dói, encontra resistência, e dói de novo, e provoca situações muito difíceis a ponto de entrarmos em retrocesso, e até desistência, ou recuperamos o fôlego e insistimos, choramos, paramos, sentamos, e levantamos, mais um passo, dói, e dói e quanto mais resistência para incluirmos a energia do complexo à nossa energia consciente, maior o complexo e maior a dor. E um certo dia, quando relaxamos um aparente milagre acontece e nos premia com um resultado tão magnífico que parece ter caído do céu. 

A dor seria dispensável se estivéssemos no ponto de aceitar que somos mais do que vemos e abríssemos a alma para ser curada sem medo de nós mesmos. Isso traria a instantaneidade da vida que desejamos. Mas parte de nós ainda mora nas cavernas interiores e acredita que vai ser atacada a qualquer momento e sai de casa para matar um leão por dia.

Tendências negativas, extremamente potentes para vir a se tornar um complexo, vêm como herança em 100% de nós, não é privilégio dos sofredores e de condições insuficientes na vida. Mas tem os que vencem a Si Mesmo, ricos ou pobres, e esses podem passar a receitinha mágica: reivindicar com seu interior o poder total que lhes compete, que ele se manifeste integralmente através do ego. E isso acontece apenas tendo a certeza absoluta do nosso valor. Ao soltar as amarras libertamos nosso salvador, o Self e colocamos os Complexos no seu devido lugar. 

Luciana Sereniski

CRP 12/06912