Culpa

11:22


A culpa é uma das emoções mais evitadas, pois ela traz a mensagem de que violamos nossos padrões mais elevados e isso nos causa vergonha. Aprendemos a sentir vergonha por nossos erros. A culpa parece ser o indício de que somos maus, então preferimos carregar a culpa “escondida” à mostrar e tentar resolver os erros. Sentimos vergonha por não conseguir realizar corretamente, já que no íntimo queremos sim fazer a coisa certa. Por medo da condenação quando a culpa chega soando o alarme e trazendo as memórias ou situações para serem resolvidas, simplesmente o desligamos e voltamos a dormir, achando que se somente eu sei a verdade dos fatos, vai ficar tudo bem. 

Jung escreveu: “A Verdade sai do erro. Por isso nunca tive medo de errar, nem me arrependi seriamente.” A permissão para errarmos, dada por nós, favorece chegar à verdade. A citação de Jung pode ser uma forma de pessoas imaturas justificarem erros desejáveis, mas não são das pessoas mal intencionadas que o texto fala, e sim, de pessoas que estão em busca de evolução constante. Permitir o erro é dar abertura para mais acertos. Entender que o erro pode e talvez deva ser condenado, mas não a pessoa que o cometeu, esta apenas orientada. Isso evitaria muitas culpas, muitos sofrimentos e até muitos suicídios. 

A mente chega com uma certa programação herdada e à ela agregamos mais conteúdos, dentre os quais a necessidade de punição pelos erros. E faz sentido, se for no sentido do reequilíbrio. Mas por medo da punição que normalmente é acompanhada da vergonha as pessoas preferem continuar se machucando internamente à revelar que não são perfeitas. Por que é assim que queremos enxergar os outros e é assim que queremos ser vistos. 

Não importa como seja, a questão aqui é se libertar. Se responsabilize, peça perdão, confesse, aceite que não tem mais nada a ser feito. Quitar o erro é olhar para frente. São muitas as formas de exterminar com a autopunição. A resolução liberta a energia represada que volta a consciência e poderá ser usada para um fim benéfico. E como prêmio adicional, mas não menos importante se despedir da culpa traz um sono tranquilo, uma noite revitalizante, uma paz impressionante e uma beleza que fica estampada no brilho dos olhos. 

Que culpa você carrega? Quanto isso pesa? Quanto tempo és prisioneira?

Luciana Sereniski
CRP 12/06912

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